5 de Julho de 1982…

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Quero deixar bem claro que não é a data do meu aniversário. Era apenas mais um dia na vida, 25 anos passados e na época tinha apenas 20 anos. Em 1982, na Espanha, se disputava a 12ª Copa do Mundo e a primeira com a participação de 24 seleções.

O Brasil, liderado por Telê Santana, chegou na Espanha com a missão de tirar a má impressão deixada em 1974 na Alemanha e em 1978 na Argentina. A seleção de 1982 tinha um conjunto de talentos que conquistou a Espanha e encantou o mundo. Zico, Falcão, Sócrates, Cerezo, Leandro, Júnior, Paulo Isidoro, Éder, Serginho Chulapa, foram alguns dos protagonistas de uma das seleções brasileiras mais envolventes dos últimos tempos.

Ao assistir a edição deste domingo, do Esporte Espetacular, da TV Globo, onde foi lembrada o dia em que eu e os demais brasileiros choramos com aquela derrota histórica e catastrófica contra a Itália, no estádio do Sarriá, vieram em minha mente aquelas imagens tristes que deixaram um vazio e a sensação de que a derrota brasileira representava um “Mal para o futebol Arte”. O Brasil era o grande favorito ao título, mas não sabia que o destino lhe preparava uma tragédia.

Lembro como se fosse hoje, que a rua onde eu moro estava enfeitada de bandeirinhas verde e amarela, o chão pintado com as cores do Brasil. Todos nós contávamos com a vitória contra os italianos, que até então, nada tinham feito na competição. Ufano e otimista já cantava a “Taça do Mundo é Nossa, com Brasileiro não há quem possa…” Veio a surpresa e o Brasil fora da Copa, ainda nas quartas-de-finais, perdendo por 3 a 0 com três gols do carrasco Paolo Rossi, que não havia marcado nenhum gol anteriormente.

Tive dois momentos de emoção e tristeza convivendo com o esporte como diversão. Um, foi quando o jogador de basquete Oscar se despediu da seleção brasileira nas Olimpíadas de Atlanta, em 1996. O Brasil perdeu para a Grécia 91 a 72, e o atleta brasileiro fechou a brilhante carreira com o uniforme brasileiro com muita comoção e patriotismo. O outro momento foi com a derrota do Brasil para a Itália, na Espanha. A minha sensação foi similar ao de Paulo Isidoro. Ali, achava que o futebol tinha acabado.
Mas, nada melhor que o tempo para uma reflexão e perceber Paolo Rossi estava certo em dizer que estava “iluminado” no dia e que a vitória contra o Brasil ajudou a elevar a sua auto-estima e do restante da seleção italiana, além de lhe projetar para o mundo.

O Brasil de volta para casa e trouxe na bagagem a sensação de uma tragédia que atingira o futebol “brazuca” com o impacto surpreendente de um soco desferido à traição. Já, os italianos eram apenas sorriso, pois além de derrubar a hegemonia da seleção que ficou apenas com o título de “futebol arte”, conquistaram o tricampeonato. E como um dia atrás do outro veio a definição de que o futebol, assim como a música, é uma arte imprevísivel e contagiante.

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