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Para falar do videoclipe é preciso primeiro conceituá-lo. Videoclipe é a sincronização de música e vídeo visando a promoção de uma música, do artista e vender discos. Foi só com o surgimento da MTV que o videoclipe ganha relevância mundial.
Quando surgiu, muitos artistas criticavam a emissora e o surgimento do videoclipe porque eles achavam que artista tinha de cantar e não atuar. O videoclipe viabiliza o crescimento da indústria do entretenimento e o fortalecimento da questão da imagem também.
Diante de uma nova conjuntura midíatica acelerada, a produção atual do videoclipe, sua função na era da internet e o futuro da música passam a ser alvo de discussão.
Davi Mayer, mestre de semiótica da cultura, numa conversa polêmica com a revista MTV, aponta para uma crise no videoclipe nos canais de TV abertos e fechados.
Durante o bate papo, o cientista questiona sobre a força do videoclipe e qual a função do mesmo nos dias atuais ?
– O produto vinculado maciçamente se transforma em um dos principais pontos de contato do fã com a banda. Antes do videoclipe se ouvia a música e se via a revista especializada. Era assim que você entrava em contato com a sua banda preferida. Hoje, você quer ter um contato mais direto, sem intermediários, mais rápido e mais objetivo do que até então. O videoclipe virou uma peça que perdeu relevância nesse sentido. E na TV mais ainda, porque hoje se assiste ao videoclipe da banda no site e a hora em que ele chega à TV já está velho. É uma realidade nos Estados Unidos. Para a classe AB no Brasil também – afirmou.
Baseado na realidade sócio-econômica da maioria dos brasileiros, Davi declarou que o videoclipe ainda tem o poder de comunicação bastante forte, referindo-se à população brasileira de baixa renda, “pois nem todo mundo tem acesso à internet”.
Sabemos que o mundo gira de maneira acelerada, novas mídias surgem trazendo ameaças. É bom que se diga, as mudanças não podem ser comparadas com rupturas. Em cultura nada desaparece, tudo se soma. A cada nova forma de comunicação criada todo mundo fala: acabou o cinema, o disco de vinil, as gravadoras faliram, o rádio e a TV irão se dar mal por conta da internet ? Na minha matemática o que vale é pegar milhões dividir por milhões, o que dá um pouquinho pra cada um.
