Mais uma Ópera Bufa em São Luís…
O objetivo básico de quem sai na noite é a diversão. Oxalá, o pluralismo saudável e com sucesso do Festival de Verão de Salvador, o Planeta Atlântida, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, entre outros bons eventos realizados no Brasil.
Infelizmente, em São Luís diversão e arte têm se processado dentro de um anti-profissionalismo que beira a patologia. De um ano pra cá, curtir à noite na ilha rebelde, dos amores, do gênero jamaicano, (ah, não sei…) virou um pesadelo, um martírio, principalmente quando se trata de show de reggae e rock, vertentes onde alguns culturettes e pseudo-intelectuais utilizam uma fala planfetária, revolucionária, pregando ética, mas na prática se comportam como uns verdadeiros alienados e descontextualizados.
O público se disponibiliza a sair de casa para curtir o evento e aos invés da alegria vem a depressão, além de um saldo triste marcados pela longa espera, o comunicado que o show não vai acontecer, e o pior, muita das vezes as pessoas não recebem de volta o dinheiro do ingresso.
No último domingo (28), (nós) amantes da música fomos outra vez vítimas de um panorama surrealista. O show anunciado durante a semana da banda de reggae carioca Ponto de Equilíbrio(na foto) foi cancelado de última hora. Os músicos foram até ao local, mas não puderam mostrar o trabalho aos maranhenses e visitantes que estavam em um clube na Ponta D`Areia. A festa seria para comemorar os 9 anos da radiola Vibration Sound. A noite não foi mais triste porque lá estava a radiola Menina Veneno e os DJ´s Jorge Black, Andrezinho, Frank Weiller e Nega Glícia animando os poucos Heróis da Resistência.
No meio da turbulência, das dúvidas se iria ou não acontecer o show, um grupo de policiais fardados entrou para uma ronda, onde um deles empolgado esqueceu de guardar o fuzil. O militar estava apostos para uma batalha que não existia. É importante dizer que com arma não se brinca. Nada contra o trabalho da Polícia, mas é preciso que esse tipo de ação seja feita com cautela, discrição e bom senso. Enquanto estava constrangido, amigos do meu lado riam para não chorar da situação.
– Pagamos impostos e temos bons antecedentes. Não justifica uma operação dessa natureza. A relação de quem faz a segurança pública tem que ser amigável – disparou com tranqüilidade um parceiro que prefere não ser identificado.
Não queremos aqui denegrir a imagem de nenhum cristão, mas como jornalista temos uma função social, onde amigos, amigos e profissionalismo à parte.
O discurso rastafariano que ainda seduz pras bandas de cá”, é funcional e autêntico com o ícone Bob Marley. O tempo e a história nos remetem a um universo lógico e racional. Não é mais cabível a aceitação de conversas e discursos cheio de “clichês” em um Mundo dos Negócios, Globalizado e Capitalista mais que selvagem no qual estamos inseridos e vivenciando no dia-a-dia. É hora de acordar para Jesus, perceber que as relações não podem ser amadoras e nem de fundo de quintal. “Quem não pode embalar Mateus que não o Pari”, pois na altura da competitividade tem que prevalecer o profissionalismo, seja ele, com o artista, o empresário do som e principalmente com a platéia.
Pra quem foi à procura do reggae de raiz, romântico, da paz e de um Ponto de Equilíbrio acabou assistindo a uma melancólica Ópera Bufa….