Envelhecimento e o impacto sobre o Estado Nutricional.
Interessantíssimo artigo da Dra.Maria Fernanda Lianos, me motivou a comentá-lo e passar para vocês tais conceitos à luz da visão do nutrólogo.Assunto palpitante que sempre traz à baila a necessidade de atualização .
O envelhecimento é um processo complexo e natural constituído por modificações fisiológicas e psicológicas influenciadas por fatores intrínsecos, como a genética,e extrínsecos,que incluem nutrição e estilo de vida.
O processo é acompanhado por uma progressiva perda musculoesquelética e da força, levando à redução da capacidade funcional e ao aumento do risco de desenvolvimento de doenças metabólicas crônicas. Essas alterações afetam a funcionalidade,a mobilidade e o nível de independência dos idosos .
Em 2000,aproximadamente 10% da população global era idosa,com previsão de crescimento acima de 20% para 2050.
O Brasil envelhece no mesmo rítmo, sendo que,em 1991,as pessoas com mais de 65 anos representavam 4,8% e em 2010, 7,4% .
O idoso demanda mais os serviços de saúde,as internações hospitalares são mais freqüentes e o tempo de ocupação do leito é maior,devido a multiplicidade de patologias e complicações clínicas,quando comparado a pessoas de outras faixas etárias.
Profissionais da saúde, governo,familiares e cuidadores estão em alerta sobre os aspectos relacionados à promoção da saúde,qualidade de vida,melhoria das tecnologias médicas e instituição de políticas públicas para o cuidado preventivo e curativo dos idosos.
Uma dieta equilibrada é reconhecida como fundamental para melhorar a longevidade,manter a boa saúde e a qualidade de vida.Entretanto,a associação de alterações fisiológicas ligadas ao envelhecimento e fatores psicossociais exerce efeito negativo sobre o consumo de alimentos e o metabolismo de nutrientes.
Dentre as alterações que influenciam diretamente o bom estado nutricional encontram-se: diminuição da sensação do paladar,declínio do fluxo salivar,dificuldade de mastigação ,redução da secreção gástrica,alterações hormonais,declínio do fluxo salivar,dificuldade de mastigação,redução da secreção gástrica,alterações hormonais,declínio no volume da secreção pancreática e alteração de sua composição. Efeitos adversos de medicamentos podem também acentuar a má condição nutricional.
O ritmo da perda musculoesquelética e o declínio da massa magra dependem de variáveis como idade, gênero e nível de atividade física.
Dentre as diversas razões que levam a diminuição de massa magra está a ingestão inadequada de proteínas e bons carboidratos,que resultam no consumo muscular.
A síntese protéica muscular é de 30% mais baixa em idosos. Além disso,a capacidade de regeneração do músculo esquelético diminui com a idade,sendo mais difícil reverter o efeito da desnutrição protéico-energética e recuperar a musculatura perdida em situações de stress,agudas ou crônicas.
A perda gradual de tecido muscular associada ao envelhecimento conduz a redução da força muscular, que declina aproximadamente de 8%-10% por década.
Apesar da desnutrição protéico-energética ser uma ocorrência comum em pacientes geriátricos, pode ser uma condição reversível,se tratada adequadamente.
As recomendações protéica variam de 0,8 a 1,5g/kg peso/dia para o idoso.Em caso de desnutrição existe a recomendação de,no mínimo,1 g de proteína/kg/dia e de 32 kcal/kg-38 kcal/kg de peso.
A suplementação protéica e energética devidamente indicada pelo médico nutrólogo ajuda o idosos a atingir o nível de ingestão recomendada,o bom estado nutricional e a saúde musculoesquelética,sem prejuízo da alimentação regular, graças ao importante papel dos nutricionistas.
Pesquisas mostram que existe uma inadequação significativa na ingestão de micro nutrientes na população idosa com destaque para a vitamina D e o cálcio. Vejamos algumas considerações:
Vitamina D
Hoje considerada como um hormônio esteróide fornece benefícios aos ossos e músculos desempenho físico,imunidade,sinalização metabólica,diabetes,proteção contra doenças cardiovascular,alguns tipos de câncer e demência.
Atua sobre a mineralização óssea,absorção do cálcio e a secreção do paratormônio.A recomendação de vitamina D é de 600 a 800 UI.
Poucos alimentos servem de fontes de vitamina D,daí a dificuldade de manter um nível sérico normal somente pela dieta, sugere-se enriquecê-la com óleo de fígado de peixe sem esquecer as adequadas exposições diárias ao sol.
Cálcio
Possui papel essencial no metabolismo ósseo e na função neuromuscular diante de uma alimentação inadequada ele é retirado das reservas ósseas.A suplementação quando necessária é de 1000mg.
Zinco
Elemento importante para o sistema imune ,saúde músculo esquelética e funções cognitivas.
A suplementação com zinco atua diretamente sobre o ”stress oxidativo “ associado ao envelhecimento.
Folato
Idosos portadores de gastrite atrófica se beneficiam com a suplementação dos folatos. Além disso as relações existente entre folato e concentrações de homocisteína indicam que a vitamina é essencial para a saúde cognitiva e cardio vascular.
Vitamina B12
Como o folato,a deficiência desta vitamina resulta em altas concentrações plasmáticas de homocisteína,conferindo um aumento do risco da doença vascular e dano neurológico.
Nos idosos a absorção de B12 é prejudicada devido a comprometimentos gástricos,pancreáticos e intestinais.
Importante notar que a suplementação com folato isolado pode mascarar a deficiência de vitamina B12 razão pela qual é importante a suplementação concomitante das duas vitaminas.
Ácidos Graxos Ômega 3 e 6
A evidências de que a suplementação de ácidos graxos influencia positivamente doenças com componentes inflamatórios como cardio vascular,artrite reumatóide,pancreatite e asma.
As principais fontes alimentares dos ácidos graxos essenciais ômega 3 e ômega 6 são,respectivamente,peixes(atum,salmão e sardinha) e óleos vegetais(milho,soja e girassol).
Fibras Prebióticas
FOS-Fruto-oligossacaridos e inulina atuam promovendo o crescimento de bactérias saudáveis e a produção de ácidos graxos de cadeia curta(AGCC)a EFICÁCIA se mede pelo aumento de colônias produtoras de ácido lático pelas bactérias benéficas(BIFIDOBACTERIUM e LACTOBACILLOS)em detrimento das bactérias intestinais nocivas sugere-se a ingestão de 8 g de FOS por dia.
Na certeza de termos prestado infomações coerentes, nos veremos no nosso próximo PONTO DE ENCONTRO.
HARMONIA Clínica de Medicina, Nutrologia e Cirurgia Plástica.
contato Aleksandra – (098) 3235- 9292./ 9116 9292