Olha, vou te contar: a pessoa realiza um trabalho digno de obra-prima, ganha o reconhecimento dos maiores experts no assunto, para… Bem, para em poucos segundos, por apenas um deslize – seja ele literal ou ao na hora de escolher uma produção – , se tornar a piada da ocasião, quando, na verdade, o foco merecia ser outro.

É, caro leitor, é dura a vida as estrelas! E, sim, estou falando do assunto do momento: as vencedoras do Oscar Jennifer Lawrence e Anne Hathaway.

Se a primeira será lembrada por sua atuação em “O Lado Bom Da Vida”, que lhe rendeu o prêmio de Melhor Atriz Principal, só o tempo dirá. Mas o tombo que ela levou ao subir para receber a estatueta, ah, esse é só o que se comenta.

Mas quem se importa?! Afinal, tropeçar a bordo de Dior haute couture deslumbrante, ser amparada por ninguém menos que Hugh Jackman e Bradley Cooper, para, logo em seguida, erguer um Oscar, é o tipo de “constrangimento” suportável para qualquer atriz!

Bom, devo admitir que cheguei até aqui expressamente para me manifestar em defesa dela. Sou daqueles fãs que ficam fervilhando ao menor sinal de hostilidade ao artista querido. E o escracho com Anne Hathaway tem me tirado de tempo!

Como pode? É como se todo o seu talento –  e quem já assistiu “Os Miseráveis” , independente do apreço pela atriz ou mesmo por musicais, sabe o que estou falando! – não tivesse importância alguma diante do Prada controverso que ela decidiu usar (aliás, arrematado com um colar Tiffany capotante!) para receber o prêmio de Atriz Coadjuvante do ano.

Ok, reconheço que pesa sobre Hathaway um histórico de produções deslumbrantes e inesquecíveis em outras premiações. Mas e daí se a moça resolveu fazer “a minimalista” nesta temporada – como foi visto no Globo de Ouro e no SAG Awards?

Sinceramente, acredito que a escolha foi estratégica. Anne quis eternizar o momento com um look atemporal – e com o mínimo de informação possível. Como diria um amigo meu, “classic & elegant!”

E antes que algum leitor venha acusá-la de “cosplay” de Audrey Hepburn, como tenho visto por aí, é melhor dar o assunto por encerrado!

É uma cerimônia careta e previsível, diria os críticos mais ferrenhos. Sim, e daí? O importante é que o Oscar continua exercendo seu fascínio sobre públicos do mundo inteiro, sinalizando, de maneira determinante, os nomes de Hollywood que fizeram bonito frente à telona no último ano.

E foi assim que, mais uma vez, a premiação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas movimentou Los Angeles, num domingo , 24, que deu a Argo, de Ben Affleck, a estatueta mais importante da noite, anunciada por ninguém menos que Michelle Obama. Uau!

Além de conservador, o Oscar também tem seu lado idiossincrático (pra não dizer injusto mesmo!): como pode o melhor filme do ano não ter seu diretor sequer como indicado ao prêmio da categoria? Pois é, Affleck foi esquecido e ainda teve que se juntar a Steven Spielberg – o grande favorito, pela direção de “Lincoln” – para aplaudir Ang Lee, vencedor por “As Aventuras de Pi”.

As estatuetas de Melhor Ator e Atriz Principal ficaram para para Daniel Day-Lewis (que bateu o recorde de 3 estatuetas no currículo com sua interpretação de Lincoln) e para a jovem Jennifer Lawrence, de “O lado Bom da Vida”, que foi com a cara ao show durante a premiação – mas a bordo de um belíssimo vestido Dior. Portanto, quem se importa?!

Christoph Waltz ( por Django Livre) levou o prêmio de Ator Coadjuvante. E a grande aposta da noite foi confirmada com a premiação na mesma categoria para Anne Hathaway por sua atuação imperdível em “Os Miseráveis”.

Outras premiações de destaque: Adele, que levou a melhor com sua canção “Skyfall”,da trilha de  007 – Operação Skyfall; e Quentin Tarantino, que ganhou na categoria Melhor Roteiro Original por Django – Livre.

Oscar que consagrou, em sua maioria, nomes já conhecidos do público. Uma premiação, digamos, bem pop!