Devemos encarar o episódio inclassificável deste 8 de julho como uma lição. É consenso que nossa derrota alcança proporções inimagináveis – e sei também que todas elas são dolorosas, difíceis de aceitar; esta em questão, então, foi além da conta. Mas não podemos agir como crianças mimadas, que não sabem lidar com adversidades. Encaremos, pois, o resultado desta semifinal contra a vitoriosa Alemanha como adultos, de maneira sensata. Não precisa ser muito entendido de futebol para saber da ilógica que, muitas vezes, o cerca, sem contar nos golpes de (má) sorte que, sim, também fazem parte deste esporte. E, independente do quilate do time alemão – que, convenhamos, já se anunciava superior ao longo do mundial -, só mesmo o inexplicável para justificar o que aconteceu naquela partida. Portanto, pra começo de conversa, que a “caça às bruxas” se restrinja aos personagens para os memes criativos que nos tem feito rir, apesar de tudo. Aliás, nada mais saudável, dizem especialistas, do que rirmos de nós próprios (e nisso somos campeões!). Jogadores e comissão técnica, até a véspera da eliminação tratados com toda euforia, não merecem ser demonizados pela derrota do Brasil. O preço, pode apostar, todos eles já estão amargando. Confesso que também fiquei encabulado com a derrota. Mas, ao mesmo tempo, não quero apagar da memória os momentos felizes que vivi nas cinco partidas até aqui. Não é justo. Sofremos, gritamos, xingamos… E fomos ao delírio, contagiados por uma imensa alegria após cada vitória. Prefiro ficar com o carinho pela seleção 2014 – e, a partir de já, com o coração na mão para 2018. Ah, e estarei com eles no sábado, vibrando pela conquista do 3º lugar. É o que nos resta…