É redundante afirmar, a essa altura, que Londres é o assunto do momento. Até um aborígine da colônia mais remota – de preferência, britânica, só para combinar! – sabe que a capital inglesa está recebendo a edição 2012 dos Jogos Olímpicos.
Portanto, aproveitando o momento, Hot Spot convidou o advogado (e globe trotter nas horas vagas!) Flávio Assub para dividir conosco um pouco sobre a cidade. Sim, porque basta acompanhar seu perfil no Instagram (@flavioassub, pra quem ainda não o segue!) para saber que ele é um apaixonado pela terra do Big Ben, além, é claro, de visitante habitual.
Nosso convidado, tal qual um legítimo gentleman britânico!, aceitou prontamente o convite. E nos mostra nas linhas a seguir o que, dentre os inúmeros programas da cidade, ele não perde por nada de curtir. Vamos à sua Londres…
Londres é uma festa
Londres não é para qualquer um. É para quem, sinceramente, quer se apaixonar por uma cidade. Não se vai a Londres para conhecer, vai-se, por certo, para vivê-la, apesar de seus muitos dias cinzas. Mas quem disse que dias assim não tem seu charme?! Na capital olímpica sim.
Quando chego à cidade, meu primeiro destino é sempre Camdem Town. Londres cabe toda ali. Um caminhar de gente com uma pressa “despretensiosa”. É que as pessoas de Camdem parecem mesmo estar fazendo número para compor aquele lugar surreal onde Londres se mostra cosmopolita, moderna, liberta, vanguardista. E quem tem coragem de sair dali e não comer um Chicken Massala no Camden Lock Village, e suas ruelas cheias de lojinhas e restaurantes?! A verdade é que Camdem não te dar vontade de sair. Ficar o dia inteiro, sentado em uma mesa no Hawley Arms, tomando as várias cervejas londrinas vale por qualquer outro passeio turistão.
Em Convent Garden, provavelmente, e em qualquer época, um grande fluxo de japas e seus apetrechos atrapalharão a sua “vida londrina”, mas é impossível deixar de ir ao centenário Punch and Judy, talvez o único pub do lugar que o londrino preserva como absolutamente seu. Com vários ambientes, o que faz a diferença é, sem dúvidas, a varanda no segundo piso, de onde se vê um mundo de gente na rua em meio à música, circo, teatro, homens-estátuas, elaborando uma verdadeira festa, inteirinha para você.
Sempre tenho tempo para mergulhar na História infinita de Londres. Muitos não sabem, mas a cidade se divide em City of Westminster, ao norte do Rio Tâmisa, que tem sido a sede do governo da Inglaterra por quase mil anos, cheio dos grandes pontos turísticos, como a famosa Torre do Relógio e seu Big Ben, a Abadia de Westminster e o Parlamento Inglês. Ao sul, City of London, a cidade medieval, onde estão, curiosamente, os mais antigos e mais modernos lugares da cidade. Aqui está a milenar Torre de Londres, o castelo do Rei Guilherme, O Conquistador, imperdível para quem adora os filmes e as séries palacianas, como The Tudors. Por lá, tudo de Henrique VIII, o rei de maior sucesso do Reino Unido. Saber onde ficou enclausurada Ana Bolena para ser decapitada, é deleite para os apaixonados.
Por lá, sempre tem uma exposição, por isso é sempre bom voltar. Consegui agendar a visita para a “Royal Jelws” onde se conhece simplesmente todo o tesouro da Coroa. Impressionante! Só não foi mais do que se deparar com o pedido de ‘ajuda financeira’ aos visitantes – que pagaram ingressos, diga-se – para manter aquela exposição. Brincadeira!…
Do outro lado da margem do Rio, atravessando a monumental Tower Bridge, embora cheio de embargos e polêmicas, o novíssimo The Shard em forma piramidal foi recentemente inaugurado e compõe a nova silhueta da cidade. É lindo! Está rodeado de prédios que marcam o centro financeiro da cidade. O charmosinho City Hall, como uma bolinha desengonçada faz parte daquele lugar. Vale muito a pena passear ali, sem qualquer pressa.
Grande pecado seria sair de Londres sem retornar ao Tate Modern, na minha opinião, o melhor museu do mundo. Embora se fale tanto da National Gallery, o Tate fala por si. É para ir e retornar, quantas vezes puder e ponto final. E como se vai? De metrô, lógico! Aliás, para todos os lugares de Londres, se vai de metrô. Eu até gosto de pegar um taxi, para mim um verdadeiro encanto. Sempre que ando em um típico “cab”, tenho vontade de trocar o meu carro por um deles, de tão charmosos que são. Mas quando convidei um amigo londrino para dividirmos um até Paddington, ele me respondeu: “Forget it! Nowbody takes cab in this city, buddy!”.
Certíssimo ele. Não pelo preço, como quis dizer, na verdade. Mas em um lugar onde pegar um metrô e se deparar com as mais inusitadas pessoas e situações é um verdadeiro espetáculo, taxi só serve mesmo para trazer como souvenir na mala. And “Mind the Gap”!
Candem / Da Tower of london a Tower Bridge.
Contratste do novo e do antigo: o castelo Torre de Londres e ao fundo o novíssimo The Shard / London Eye (Fotos: Instagram/@flavioassub).