Desta vez, e por motivos de sobra, resolvi fazer diferente. Ao invés daquelas matérias convencionais sobre casamentos, que sempre trazem um apanhado geral da festa e quem de interessante a prestigiou, a união de Roberta Lazera e Gabriel Caracas me inspirou a ir além…

É bem verdade que a noite daquele sábado, 28, poderia, facilmente, dar um poema. Mas não teria eloquência suficiente para tornar toda a poesia exalada na ocasião em versos dignos. Me restou a prosa.

Antes de mais nada, é importante pontuar minha aproximação com o casal: a noiva e eu somos muito amigos – não daqueles do convívio diário, mas, melhor ainda, da atenção permanente e do afeto inquebrantável. Relação esta que foi estendida ao noivo, por tabela, desde que os dois começaram essa história de amor. Daí a eu ter sido convidado para padrinho de casamento foi um caminho natural.

Só estes motivos já seriam de bom tamanho para que eu me sentisse motivado a fazer este post com outra emoção. Mas não é só. Pesa ainda no quórum de prerrogativas o fato de formarem um dos casais mais especiais de minha geração na sociedade. Ambos são bonitos, educados, queridos, prósperos, filhos de famílias bem conceituadas… E como se não bastasse: ainda são apaixonados um pelo outro! Sabe aqueles relacionamentos inspiradores?! Pois bem, é o caso  deles! Ou seja, um prato cheio para o metido a cronista aqui.

Mas vamos ao casamento… A Catedral da Sé, umas das mais belas igrejas de São Luís, travestida de uma elegância sóbria, foi o cenário para a cerimônia leve, emocionante e, porque não dizer, lúdica. Achei clima de final de novela das Seis a chegada de Roberta sob a ovação do pessoal que, ao lado do templo religioso, se jogava ao profano “Bloco da Bicicletinha”, em frente ao prédio da Associação Comercial maranhense. A propósito, bastante sugestivas as canções do bloco que invadiam a igreja durante os intervalos do sermão e do coral: “Explode coração na maior felicidade…“; “É hoje o dia da alegria. E a tristeza nem pode pensar em chegar…”

Falando na noiva, minha amiga estava uma visão! Poucas vezes vi outra tão deslumbrante. Pudera, com aquele rosto de boneca…. Aplausos também para o trabalho de Rodrigo Raposo, responsável pelo vestido romântico e dramático, com uma pitada a la Grace Kelly (por conta das mangas rendadas).

Se ao noivo é relegado o papel de coadjuvante no dia do casamento, o mesmo não pode ser dito de Gabriel. Na hora da troca de alianças, ele surpreendeu a todos – inclusive, a noiva – dedicando à amada a canção “Your Song“, clássico de Elton John, que entoou na maior categoria. Foi de arrepiar!

Uma cerimonia musical, definitivamente. E aí você eleva a emoção às alturas. Musica tem esse poder! Mérito do Coral São João, comandado por Fernando Mouchereck, com a participação da voz imponente de Alessandro Baptista. E, é claro, da seleção musical escolhida pelos noivos.

De lá, para a festa, no Real Recepções, onde viveríamos mais momentos de extrema alegria e de celebração ao amor. A dupla da Tetto Arquitetura – Adriana Guerra e Rafaela Scarpatti – dosaram na medida certa uma decoração vibrante, discreta e elegante. Bem a cara do casal. Entre as delícias servidas, meu paladar não esquece das entradas preparadas pelo chef belga Peter, que faz bastante sucesso na cidade em recepções fechadas. Detalhe: todas servidas à francesa. O impecável serviço de bebidas só contribuiu para aumentar o termômetro da animação dos convidados, que foram embalados por apresentações das bandas Mr. Jones e Pepê Jr.

Tudo ocorreu da forma despretensiosa e, por isso mesmo, descontraída. Pelo clima, pela seleção dos convidados e pela alegria evidente das duas famílias, mais parecia que estávamos em uma confraternização. Mas o melhor de tudo – e muitos que estiveram na festa concordaram comigo – era ver a felicidade daqueles dois se tornando um. Ou melhor: uma única família!A cobertura completa do casamento de Roberta e Gabriel será publicada no PH Revista, caderno do jornal O Estado do Maranhão, deste domingo, 5.

Fotos: Marcus Studio