Ainda ecoa em minha memória tudo o que vi, ouvi e li sobre a nova coleção do estilista Victor Dzenk, apresentada no último dia 13, no Jockey Club carioca, dentro da programação do Fashion Business. Como todos estão cansados cansados de saber: São Luís e o folclore maranhense foram a grande inspiração para a coleção. Prerrogativa já suficiente para o meu entusiasmo! Mas o que foi conferido na passarela outono-inverno 2012 de Dzenk surpreendeu por ser o que talvez possamos classificar como o trabalho mais maduro do estilista. E saber que, de alguma forma, contribuímos para esse resultado é duplamente prazeroso! Falo como entusiasta da minha terra, de moda e, é claro, do Victor, a quem considero um dos maiores talentos da moda brasileira (além de uma figura extremamente afagante!).
Bom, impossível negar que tudo que eu venha a escrever a respeito do desfile vá soar tendencioso. Portanto, resolvi trazer considerações mais isentas que a minha, mas nem por isso menos empolgadas. Vejamos o que disseram os jornalistas Lilian Pacce e Bruno Astuto, duas verdadeiras autoridades no assunto, sobre a coleção “Folk Maranhense“.
“O estilista mineiro Victor Dzenk trouxe todo o artesanato e arquitetura de São Luis do Maranhão para o Senac Rio Fashion Business, e com isso um sopro de brasilidade sofisticada e rica. Pra completar o show, a grande Marrom, a cantora Alcione, cantando ao vivo junto com o grupo folclórico Boi Barrica. E pra abrir o desfile, outra maranhense, a top Bianca Klamt. O bom é que tudo funciona: da estampa em preto e branco do skyline da cidade às flores de chita, que podem ganhar brilho com paetês transparentes. A tradição dos azulejos, tão forte por lá, vira barrado, pala e peças inteiras em patchwork de vidrilho colorido. O fundo é preto e o bordado vem em cores primárias – e se repete até nos sapatos. Tudo muito forte e delicado ao mesmo tempo. E Alcione soltando a voz com Bela Mocidade num caftã de fitas do Boi!“, publicou Lilian Pacce em seu site.
Bruno Astuto foi além: “De todos os desfiles a que assisti até agora, o que mais me chamou atenção foi o do mineiro Victor Dzenk. Victor nunca quis inventar a roda; seu estilo é sempre o mesmo: caftãs coloridos, vestidões estampados, caudas esvoaçantes, tudo ao gosto de uma mulher perua que gosta de ser notada. De coleção em coleção, ele homenageia cidades, estados e países e nunca trai sua cliente, que sabe exatamente o que vai encontrar ali. Pois, nesta temporada, Victor decidiu homenagear o Maranhão e colocou Alcione para cantar no desfile com uma trupe folclórica do boi. Ao final da apresentação, a plateia inteira se levantou, aplaudiu e dançou. Isso é Brasil. Esperto, esse Victor, que deu um sopro de alegria numa estação fria e sem graça como o inverno. Gostei também de suas modelos, que faziam poses divertidas em frente às câmeras e que jogavam os bracinhos para o alto enquanto Alcione evoluía. Adorei ver as referências às janelas do Maranhão, aos postes franceses de São Luís, à geometria colorida dos trajes dos blocos populares. Tive orgulho da nossa terra, um sentimento bobo e ufanista, mas genuíno. Um jornalista gringo ficou fascinado com aquilo e queria saber tudo sobre Alcione, pois adoraria, disse ele, fazer uma matéria sobre ela“. Confira o link da página do jornalista no site de Época.
Depois de vereditos como esses, o que me resta é dividir com vocês as peças que mais gostei da coleção e convidá-los a assistir ao vídeo com a íntegra do desfile aqui. Belíssimo!