E se eu disser que estou a fim de falar de música pop? O leitor provavelmente se perguntará: sim, mas qual é novidade aí? Pois é, estou tão previsível quanto que me motivou a escrever este post: o novo videoclipe de Lady Gaga, do single “Marry the Night“, que a própria acaba de divulgar em sua página no Twitter.

Antes de ser ameaçado por algum little monster, devo lembrar que também sou fã da moça e não estou interessado flopar seu trabalho. Confesso que já tive até vontade disso uma vez (vamos combinar que o clipe de Edge of Glory foi, no mínimo, o mais preguiçoso da trajetória de Gaga), mas, definitivamente, não é o caso deste post. Pelo contrário!

Para começo de conversa: eu disse videoclipe? O negócio está mais para curta-metragem! Para chegarmos ao que, de fato, todo mundo quer ver num clipe: a performance do artista em sua música, percorremos nada mais, nada menos que 8 minutos e 47 segundos (duração, em média, de umas duas canções) de um cosplay do filme Cisne Negro ao melhor estilo Mother Monster. Mas não se engane: as referências não param por aí. Na saga desta nova Nina (personagem de Natalie Portman), tem muito da salada pop que Gaga não abre mão: Madonna (sempre ela!), Michael Jackson, Beyoncé… E dela própria inclusive, só que aquela de trabalhos anteriores (afinal, estamos falando de um ser mutante por excelência). Ou seja, Marry the Night traz todos os elementos clássicos de seus clipes.

O que só reforça o conceito que fiz há tempos: Gaga é a caricatura viva do pop! A sutileza do seu trabalho reside exatamente na capacidade de se apropriar do que há de mais forte dessa seara artística em que resolveu habitar, só que revertendo tudo de forma humorada, esquisita e, por isso mesmo, original.

Engana-se quem pensa que o que Gaga faz é simplesmente imitação. Além do mais, ela sabe muito bem que, ao trazer esse tempero de déjà vu de outros gigantes do pop para seus vídeos, ela acaba criando polêmica (o que é sempre proveitoso para esse gênero musical!). Quem não consegue perceber as entrelinhas, acaba caindo numa leitura rasa do univero Gaga.

Bom, agora, vamos ao que interessa: aperte o play!