A elegância das Rodrigues

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No DNA da família Rodrigues impera o elemento elegância. E não poderia ter sido diferente no casamento da caçula delas, Isabella, que protagonizou, com David Caracas, uma das bodas mais inesquecíveis que São Luís já viveu.

A começar pela matriarca, d. Maria Izabel, que estava divina num modelo azul todo bordado da Daslu, combinando com um conjunto de jóias – em diamentes e safiras – capotante. A mãe da noiva, Elizabeth, desfilava um modelo de João Santaella Junior, o mesmo que executou a obra de arte que era o vestido da noiva – que, como falei no post anterior, era adornado com uma capa de renda belga do século 17, arrematado por Santaella em um leilão na Europa.O ateliê Daslu foi o grande eleito da ocasião pelas Rodrigues: Ceres Murad e as filhas Raíssa e Rebeca também usavam vestidos da icônica grife paulistana. Um show de elgância!Fotos: Meirelles Jr.

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O Sim de Isabella Rodrigues e David Caracas

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Ainda ecoa na memória de todos que testemunharam a união dos hotspotters Isabella Rodrigues e David Caracas aquela noite deslumbrante. A área social do condomínio onde a família da noiva vive, o imponente Delacroix, com uma vista de tirar o fôlego para a Praia de São Marcos, foi transformada no cenário para a ocasião. Diga-se de passagem, e que cenário!

Coube à dupla de arquitetos Zezinho e Turíbio Santos a assinatura do projeto cenográfico. E ao cerimonialista pernambucano André Wanderley a execução de todos os detalhes da festa. Tudo pensando e coordenado pela mãe da noiva, Elizabeth Rodrigues.

A cerimonia religiosa, que cumpriu pontualmente o horário, já que a proposta era aproveitar o pôr do sol como pano de fundo, não bastasse ter sido realizada numa ambientação das mais imponentes, com uma gigantesca cruz transparente ao fundo e arranjos florais que mais pareciam explosões em tom amarelo, ainda ganhou uma trilha belíssima executada pela orquestra de Alexandre Lemos, vinda de Recife. Sem dúvidas, um dos momentos mais bonitos da ocasião!

Uma das coisas mais aguardadas de todo casamento, a produção da noiva, foi outro detalhe à parte. Isabella desfilava um modelo elegantíssimo assinado pelo estilista João Santaella Junior, arrematado com uma capa de renda belga do século 17, garimpada em um leilão na Europa. Já David, usava um terno Alexandre Won muito bem cortado!

Como muito apropriadamente disse PH em sua crônica sobre a festa, “na recepção, marcada pelo charme e exuberância, o bom gosto imperou nos mínimos detalhes“. Arranjos de galhos secos, orquídeas (eram quatro tipos) e rosas colombianas adornava os salões. O banquete foi arte dos chef’s César Santos, do restaurante Oficina do Sabor, e Auricélio Romão, do restaurante Varanda, da ilha de Fernando de Noronha. E para brindar: champanhe Moet et Chandon à temperatura glacial, que, a propósito, correu solto durante a noite inteira.

No palco, se revezaram a banda Sigilo, do Rio de Janeiro, e os cantores Pepe Jr e Fabrícia – que também foram padrinhos do casamento. Mas o ponto máximo do palco mesmo foi protagonizado pelos noivos: David cantando uma composição que fez para a amada, seguido de um dueto dele e Isabella, cantando “Pensando em nós dois”, de Seu Jorge e Ivete. Ouso a dizer que foi um dos casamentos mais lindos que já vi!Fotos: Meirelles Jr.

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Com a palavra… Bruno Duailibe

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Nosso cronista convidado volta com um de seus textos, desta vez, com sua usual forma descontraída, leve e inteligente, discorrendo sobre o prazer  de comer. Sem mais delongas, vamos à sua crônica.Ilustração: Salomão Jr.

Banquete para os cinco sentidos

Eu não escondo de ninguém que o meu apetite sempre foi visual. Se olho uma comida passando na minha frente dificilmente resisto. Não sei se consigo explicar sem deixar escapar a infinidade de sensações que envolvem esse processo de deglutição com os olhos. É como se cada uma das cores e formas da comida me fizessem imaginar o seu sabor e sentir a sua textura.

Tanto mais que ingeri-las é essa sedução que me apraz ao me alimentar. Assim, porque como primeiro com os olhos, a boa aparência do prato é fundamental. É claro que já me enganei. Aquela iguaria que se mostrava tão saborosa, no fim das contas, nem era tão assim quanto os meus olhos me fizeram acreditar.

O contrário também já aconteceu. Maniçoba, também conhecida como feijoada paraense, é o exemplo que me veio à mente: a sua aparência bizarra afugentou-me ao primeiro encontro, mas seu sabor me conquistou.

Tenho um prazer quase que carnal em comer, mas também me satisfaço demais em ver as pessoas comendo. Acho que isso é bíblico. Não sei. Mas, sei que a mesa é um lugar sagrado. Também pode ser espaço para o pecado como a gula. Ou para outros piores.

Não foi uma, nem duas vezes que me sentei e vendo alguém comer desejei aquele último pedaço que, antes de ir parar na boca desse alguém, caiu foi no chão. Uma pena: o pedacinho não foi meu, nem de ninguém. Aliás, preciso dizer que por conta de uma antiga mania, que consiste em provar a comida de quem está ao meu lado, já fui chamado inúmeras vezes de “rei da bitoca”.

Todas essas divagações sobre meu apetite visual quase me fizeram esquecer o que queria mesmo contar. É que, ao me sentar para escrever este artigo, dei por conta que o meu apetite é também sonoro. Foi algo mais ou menos casual: eu estava em frente ao computador no meu quarto, pensando no que escrever, quando então passei a me concentrar foi no barulho dos talheres de Dona Bira, minha eterna aliada, que na cozinha está a comer algo saboroso, pois tudo o que ela faz é bom.

Sei que a regra de etiqueta determina que talheres não foram feitos para fazer barulho durante as refeições. Isso é básico, inclusive. Entretanto, constatei, que o barulho, mesmo que de longe, de um talher tocando noutro ou de um talher se atritando com o prato é bastante prazeroso e fomenta o apetite. Será que alguém tem a mesma opinião?

Caso não, é possível que algum som típico da cozinha traga-lhe a expectativa de que em pouco tempo se provará o sabor de um prato que aprecia. É o ovo que se quebra e que logo se começa a bater para transformá-lo numa apetitosa omelete. Tem também aquele ruído de apetrechos de cozinha que podem trazer recordações de algum manjar perdido no tempo.

E pode até ser falta de educação, mas não tem coisa melhor que poder, com a ajuda das mãos, roer os ossos da asa da galinha. Igual a esse deleite é aquele de poder juntar o resto do molho com a ajuda de um pedaço de pão massa grossa e levá-lo à boca. Com esse ato quase se pode voltar à infância, quando não se tinha ainda muito o traquejo para usar o garfo e a faca ou mesmo a um passado ainda mais distante…

Como lembra Laurentino Gomes, no livro “1808”, na época em que D. João VI fugiu das tropas de Napoleão Bonaparte para o Brasil, nossa gente, em geral, não sabia o que era usar talheres à mesa, e assim as refeições eram feitas com as mãos.

De outra parte, bom mesmo é poder levar uma comida cheirosa à boca. O odor de um café fumegante é coisa que me tira do sério. Se junto do café for possível sentir também aquele que é proporcionado por um pão quente a perdição, então, é total. Com essa dupla de perfume irresistível, já se tem uma infinita desculpa para postergar qualquer regime.

Agora, para meu paladar, comida saborosa é aquela que encanta pelo aroma e que, quando se encontra com sua língua, você sente vontade de decifrar cada um dos temperos que a condimentaram. Aquele cheiro ardido do alho e da cebola, o aroma fresco de três ou quarto folhas de manjericão ou mesmo tomilho, o azeite de alguma oliveira e tomates, muitos tomates.

Só de imaginar o encontro de uma comida com a língua vieram a minha cabeça os ingredientes que imagino compor esse molho. É que toda vez que tenho a alegria de ingeri-lo tento decifrar quais os segredos alquímicos que a minha estimada sogra utiliza para o molho de tomate, que faz do macarrão por ela preparado, indiscutivelmente, se tornar o meu prato predileto.

Talvez, quem leia este artigo acabe por resumir que estou a falar somente de nervos, sinapses e memórias. Trocando em miúdos, pode até ser isso apenas. Mas em tempos que muitas refeições são feitas assistindo-se televisão, alimentar-se passa a ser simplesmente um ato de jogar a comida para dentro do organismo.

Hoje, que é domingo, você não deve ter a justificativa do compromisso inadiável que tanto lhe retira o prazer de almoçar com a sua família. Assim, aproveite este dia para oferecer um banquete aos seus cinco sentidos: ouça os leves sons dos talheres, aprecie as cores, os aromas, a textura, o sabor da comida e, principalmente, alimente a sua alma.

 

Bruno Duailibe

Advogado. Graduado pela Universidade Federal do Maranhão. Pós-Graduado em Direito Processual Civil no ICAT-UNIDF / [email protected]

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