O colunista carioca Bruno Astuto, pelo visto, é outro que está só atenções para a nossa Marrom. Depois de repercutir o encontro do estilista francês Jean-Paul Gaultier com a cantora, que Hot Spot falou aqui, ele volta a dar destaque à Alcione em sua coluna no site da revista Época. E o blog, que é fã confesso dela, não poderia deixar de reproduzir na íntegra. Vamos lá!
Alcione completa 40 anos de carreira este mês com uma série de apresentações comemorativas em várias capitais do país. Para celebrar a data, ela se lançou em turnê com o novo show, CD e DVDs Duas Faces. “Quarenta anos em cima do palco, vou dizer sem modéstia nenhuma: não é pra qualquer um”, diz a cantora.
O espetáculo se baseia nos repertórios dos DVDs Duas Faces — Jam Session e Duas Faces — Ao Vivo, na Mangueira. O start foi dado no último sábado, no Rio, e, no dia 28, ela chega a São Paulo. Num papo com a coluna, a Marrom soltou o verbo e respondeu a tudo sem rodeios.
Quais as maiores dificuldades desses 40 anos?
O mais difícil é manter sua carreira, sua estabilidade artística. Sempre andei de uma ponta a outra desse país de dimensões continentais que nem uma louca, para firmar o meu nome. Sobrevivi à época em que só se tocava lambada, ao sertanejo… Sempre fazendo o meu sambinha, sempre fiel a mim mesma.
O samba era considerado estilo restrito ao público de uma certa idade. Hoje você virou cult, a garotada a adora. O que fez para se reinventar?
Essa nova geração está de parabéns. Não fui eu que me reinventei, foram eles que foram lá me procurar. Os nossos jovens hoje gostam de vários estilos, gostam de música romântica, de samba. Eles são bem informados, vão atrás do que é bom, vivem nos shows do Zeca Pagodinho, do Jorge Aragão e também nos meus. Grande parte daquela garotada do Rock in Rio está comigo e não abre.
Você canta o amor como ninguém, mas nunca apresenta seu amor para o público.
Estou solteira, mas não estou na pista pra negócio. Atualmente estou sozinha por opção. Mas tive três casamentos: um de 13 anos com um italiano, o Gino, outro com um francês e o último com um brasileiro.
Há até quem fale que você é gay.
Já ouvi isso. Deve ser porque falo grosso e toco trompete. As pessoas gostam de formar um personagem para elas. Mas, a essa altura do meu campeonato — vou fazer 64 anos no mês que vem —, você acha que eu me importo?
Mas já teve experiência sexual ou amorosa com mulher?
– Nunca. Sou hétero e gosto mesmo é de bofe. Mas posso ser aquilo que considerem que eu seja. Há, por exemplo, quem tenha certeza e jure de pé junto que sou uma dra queen. Deve ser por causa das minhas unhas.Foto: Ag.News
O povo se importa muito com a vida alheia! Falar que a Alcione é isso ou aquilo?
Ela é a melhor cantora desse País, e uma das melhores do mundo, e é isso! Amo a nossa marrom!