Débora Buhatem na Pág. 7
Desde muito cedo o nome de Débora Buhatem ganhou destaque nas páginas sociais. Não bastasse ser filha de uma das famílias mais tradicionais de São Luís, ela foi uma menina prodígio. Aos 13 anos, ganhou o mundo com seu talento como bailarina clássica. Foi em Cuba, no concurso Alice Alonso, lenda viva do balé, que sua trajetória internacional teve um pontapé. E desde então, os palcos tem sido seu habitat.
O começo de Débora na dança, aos 9 anos, foi igual ao de muitas garotas da mesma idade: fazendo balé por hobby. Na caso dela, acompanhando a irmã mais velha, Sherlane, na escola de Olinda Saul. Seu talento foi imediatamente reconhecido e incentivado. Dois anos depois, ela já vencia seu primeiro concurso (de muitos) em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. Com 15, se mudou definitivodo Maranhão para Havana, para se graduar como bailarina profissional e professora na respeitada Escola Nacional de Artes – ENA, em Cuba. E, desde então, só voltou para cá de férias, como faz todos os anos nos meses de julho e agosto.
Com 17 anos, Débora seguiu o destino que toda bailarina sonha: Paris. Sua estreia foi logo na Companhia Jovem de Balé da França, onde permaneceu por um ano e percorreu praticamente todo a Europa. Próxima parada: integrar a Ópera de Bordeaux. Hoje em dia, nossa personagem faz parte do Balé da Ópera Du Rhin, na cidade de Mulhouse, também na França, onde já está há cinco anos.
Quem entende do riscado sabe: a rotina de uma bailarina profissional é qualquer coisa de militar. A de Débora, bien súr, também é aasim: começa às 10h da manhã e vai até às 6 da tarde, com uma hora de intervalo de almoço. Isso de segunda à sexta. Haja plié… E alimentação, então, disciplinadíssima!
Tamanha dedicação à sua arte ainda lhe garantiu, além de uma rica e inenarrável experiência, 3 idiomas – francês, espanhol e inglês – fluentes na bagagem. E como ela aprendeu? Convivendo com gente de toda parte do mundo nas companhias por onde passou. Por falar nisso, esse ciclo global de amigos a garante uma vida sem monotonia. Teve folga, Débora põe o pé na estrada. Coisa de quem vive na Europa…
Mesmo com a vida totalmente imersa nesse estilo globe trotter de ser, Débora, que até pouco tempo não cogitava seu regresso para o Maranhão, começa a reconsiderar esse caminho de volta para casa. Saudade? Também! Mas, na verdade, ela enxerga sua arte como agente de transformação, e já pensa em montar uma escola aqui para repassar tudo o que aprendeu e realizar projetos culturais.
Bem… Enquanto Débora não decide seu futuro, até porque ainda tem muito tempo de palco pela frente, o melhor é deixa-la curtir suas férias, desfrutando um bom caranguejo com água de coco da praia, que ela tanto sente falta quando está fora. Afinal, essa maranhense nos enche de orgulho com seu talento reconhecido internacionalmente!
*Texto reproduzido da “Página 7” deste domingo (01), coluna que assino no caderno PH Revista, do jornal O estado MA.
P.S. Ilustrei a coluna com outra foto de Débora, mas, diante do excelente trabalho feito pelo nosso colaborador fotográfico Marcus Studio, resolvir publicar essa foto no post.