Templo dos Bares
Domingo é dia de ficar sossegado em casa, certo? Errado. Pelo menos se você estiver em Dublin. Ontem (17), fui conhecer o Temple Bar, bairro boêmio à margem do rio Liffey, no centro da cidade, onde tudo acontece. Também, com esse nome… Pubs e mais pubs se estendem pelas ruas – falando neles, foi aqui que este tipo de bar nasceu. E sempre lotado de gente se entregando aos prazeres de uma boa cerveja. Ah, isso aqui é um hábito cultural sagrado. Cerveja é uma paixão nacional.
Como se já não bastassem as semelhanças de Dublin com a minha Ilha (vide o post abaixo), Temple Bar também abriga vários prédios históricos, a maioria dos séculos 17 e 18. A única diferença é que eles souberam transpor essa questão da preservação estética versus reforma e modernização. O bairro tem toda estrutura que os tempos atuais dispõem, mas preserva o charme arquitetônico georgiano. Em geral, possuem fachadas de tijolos à mostra e janelas brancas. Além de Dublin, apenas mais quatro cidades no mundo tem esse tipo de construção: Edimburgo, na Escócia, Bath, Bristol e Londres, na Inglaterra. E antes que alguém diga que nesta região tudo é muito parecido, as comparações só se limitam à estrutura física das cidades. Os irlandeses, e isso eles fazem questão de deixar claro, são bem diferentes dos “primos” próximos. Nada daquela frieza e formalidade dos britânicos. Como diria ai, eles são do balacobaco! Mesmo com chuva, as pessoas não deixam de “bater ponto” em Temple Bar. Detalhe das ruas de pedra, que completa o aspecto retrô e boêmio do bairro.
No coração de Temple Bar, estive no The Oliver St. John Gogart (foto abaixo), um dos mais tradicionais pubs da cidade, com o mesmo nome do escritor irlandês. Lá, experimentei a famosa cerveja Guinness, produzida em Dublin, que uma das mais apreciadas na Europa. Feita à base de malte irlandês, água de Dublin (não pode ser de outro lugar), lúpulo e levedura, a cerveja tem um sabor, digamos, estranho. Bem diferente da nossa. Particularmente, não gostei muito. Mas não falem para nenhum irish, isso é uma ofensa para eles.
A fachada do Oliver St. John Gogart. Uma estátua do escritor Oliver St. John Gogart enfeita o pub. Temple Bar night’s: Na companhia de Ananda Farias (minha hostess nesta viagem) e Joyce Porto, duas maranhenses que escolheram Dublin para uma temporada de estudos e experiência de vida fora do Brasil, tive uma amostra da vida noturna da capital irlandesa. Fria mesmo só a temperatura, porque a cidade feeerve!