Maio Laranja no Hospital do Servidor Estadual

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Equipes multidisciplinares receberam reciclagem técnica e protocolos internos foram implantados para o acolhimento humanizado das vítimas de violências

Time do HSE – HSLZ: O Dir. Geral do HSE-HSLZ Plínio Tuzzolo; Dir. Adm. Édem Lúcio; Dir. Médica Dra. Sílvia Mochel, Ger. de Enfermagem Rafael Lima; o psicólogo Paulo Vasconcelos com os palestrantes convidados da Defensoria Pública Dra. Christiane Marques Mendes, Dr. Bruno Antônio e Andreia Lauande

A campanha Maio Laranja, dedicada à conscientização e combate às violências sexuais, especialmente contra crianças e adolescentes, foi inspirada pela trágica história de Araceli Cabrera Sánchez Crespo, menina de oito anos sequestrada, drogada e brutalmente assassinada em 18 de maio de 1973, em Vitória, Espírito Santo.

No Maranhão, os números são alarmantes tanto em casos de feminicídios quanto em casos de estupros e abusos sexuais contra menores; o que reforça a necessidade de iniciativas como a adesão à campanha Maio Laranja pelo Hospital do Servidor Estadual (HSE / HSLZ). O objetivo é ampliar a conscientização e o combate às violências doméstica e sexual contra mulheres, crianças e adolescentes entre os profissionais da saúde; além da orientação e reciclagem de protocolos no atendimento às vítimas de violências dentro do ambiente hospitalar.

Staff do HSE – HSLZ no lançamento da campanha Maio Laranja: Chrystiane Vasconcelos, Cláudia Pimenta, Luciana Ferreira e Gilberto Araújo

A iniciativa da Diretoria Médica do HSE – HSLZ sob o comando da Dra. Sílvia Mochel e do Diretor Geral do HSE – HSLZ Plínio Valério Tuzzolo contou com o apoio do Defensor Público do Estado do Maranhão e Titular do Núcleo de Defesa da Mulher da Defensoria Pública Dr. Bruno Antonio e da 1ª Subdefensora Geral do Estado do Maranhão Cristiane Marques Mendes.

Os convidados fizeram palestras com dados atualizados e orientações importantes para as equipes do HSE – HSLZ.  Segundo dados do Núcleo de Defesa da Criança e do Adolescente / NDCA os casos de estupro ocorrem em sua grande maioria nas residências das vítimas, tendo como agressores pessoas conhecidas ou familiares. Em mais de 60% dos casos, as vítimas são menores com idade entre 0 a 13 anos. Vale lembrar que todos os profissionais de saúde têm o dever legal de e o compromisso ético de notificar às autoridades os casos de suspeita de violências contra mulheres, crianças e adolescentes. É a Lei da Escuta Protegida 13.431/ 2017.

Palestra da 1ª Subdefensora Geral do Estado Dra. Cristiane Marques sobre violência doméstica

Durante o evento também foram abordados os protocolos de atendimento às vítimas de violências, com ênfase especial na abordagem que os profissionais de saúde devem ter com crianças e adolescentes.

“Essas palestras foram de suma importância para nossas equipes, e visaram não apenas melhor capacitar e reciclar os profissionais multidisciplinares do HSE – HSLZ para saberem lidar com essas situações delicadas, mas também reforçar a rede de proteção a esses jovens e mulheres vítimas de agressões. Dessa forma estamos dando nossa contribuição concreta no enfretamento desses casos e no atendimento mais humanizado a essas vítimas” destacou o Diretor Geral do HSE – HSLZ Plínio Valério Tuzzolo na abertura do Maio Laranja no HSE – HSLZ.

O Defensor Público Bruno Antônio, juntamente com a 1ª Subdefensora Geral Cristiane Marques Mendes falaram sobre a Violência contra Crianças e Adolescentes; Violência Doméstica, além de orientações jurídicas para atendimentos de casos de violências contra crianças e mulheres, com destaque sobre os direitos das vítimas e as responsabilidades legais dos profissionais envolvidos nesses casos.

O Defensor Público Bruno Antônio deu orientações sobre os procedimentos de atendimento às vítimas de violências

Também participaram do evento de conscientização a Coord. do Núcleo Psicosocial da Defensoria Púbica do Estado do Maranhão Andreia Lauande; a Dra. Marina Mesquita, Assessora do Núcleo da Mulher e População LGBTQIA+ Diretora Médica do HSE – HSLZ Dra. Sílvia Mochel; o Diretor Administrativo Édem Lúcio; o Gerente de Enfermagem Rafael Lima e o psicólogo do HSE – HSLZ Paulo Vasconcelos.

O Defensor Público Bruno Antônio ressaltou as questões culturais que acabam empoderando os agressores nos caso de violências domésticas contra mulheres:

“Muitos agressores motivados por questões como o ciúme, acabam por terceirizar a responsabilidade, culpando a mulher como a causadora daquela situação de descontrole. Já em relação às mulheres se percebe o contrário, a hiperesponsabilização, ou seja, em casos de ciúme da a mulher contra o marido, ela que é tida como a louca, a histérica. São questões culturais já internalizadas na sociedade e que são automaticamente reproduzidas, presentes em todas as classes sociais e econômicas” destacou ele.

A 1ª Subdefensora Geral do Estado Dra. Cristiane Marques lembrou que, normalmente a violência doméstica segue um ciclo, passa pela discussão verbal e vai aumentando até chegar às agressões físicas e casos de feminicídio. Daí a importância da maior conscientização das mulheres para que se posicionem e denunciem esses casos, antes que cheguem ao extremo.

Andreia Lauande, Coord. do Núcleo Psicosocial da Defensoria Púbica do Estado do Maranhão mostrou quais são os principais indicadores de violência sexual contra crianças e adolescentes, há serem observados com cuidado pelas equipes da saúde: Infecções urinárias, dor ou inchaço nas áreas genitais ou anais; lesões e sangramentos; secreções vaginais ou penianas, DST´s (doenças sexualmente transmissíveis); dificuldade de caminhar, baixo controle dos esfíncteres e doenças psicossomáticas. Na área comportamental, vale observar quando a criança não confia nos adultos a sua volta; há fugas de casa, apresenta regressão no estado de desenvolvimento; autoflagelação, ideias ou tentativas de suicídios.

Nesses casos, é fundamental a conduta humanizada dos profissionais de saúde para acolher o(a) paciente e encaminhar o(a) mesmo(a) ao consultório médico para atendimento imediato; explicar ao paciente todos os procedimentos que irá realizar, para que se sinta seguro(a) e não sejam percebidos como atos de violência. Sempre autorizar a presença de um acompanhante durante o atendimento caso desejado, mas lembrar que familiares também podem ser os agressores. Providenciar medicações profiláticas a serem ministradas e orientar o uso das doses subsequentes em casa, além de orientar sobre a importância dos atendimentos social e psicológico.

“Iniciamos o Maio Laranja com esse evento de conscientização e também com a implantação oficial de dois protocolos relevantes aqui no Hospital do Servidor Estadual: De atendimento às crianças e adolescentes vítimas de maus tratos e o atendimento às mulheres vítimas de violência. Assim estamos dando a nossa colaboração para o acolhimento e tratamento dessas vítimas de forma mais humanizada” destacou a Diretora Médica do HSE – HSLZ Dra. Sílvia Mochel.

“Essa parceria entre a saúde e as instituições do sistema de justiça contribuirá para trazer mais segurança à população do nosso Estado” destacou a Defensora Pública da Casa da Mulher e 1ª Subdefensora Geral do Estado Dra. Cristiane Marques Mendes.

As equipes de profissionais multidisciplinares de saúde do Hospital do Servidor Estadual estão engajadas no atendimento humanizado das vítimas de violências e se capacitou com novos protocolos para essa assistência no evento Maio Laranja na sede do HSE – HSLZ

Segundo o Diretor Geral do HSE – HSLZ Plínio Valério Tuzzolo, uma vez implantados os protocolos de atendimento às vítimas no HSE – HSLZ, agora as próximas etapas serão as rodas de conversas que serão promovidas nas próximas semanas, sobre temas específicos referentes ao apoio às vítimas de violências no atendimento dentro do ambiente hospitalar, para as demais equipes de assistência do Hospital do Servidor Estadual. Todos juntos e unidos em prol dessa causa – a prestação de atendimento e acolhimento às vítimas de violências.

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