As lesões causadas pelo vírus respondem por 70% dos casos de câncer de colo do útero. Campanha do Março Lilás reforça a importância da prevenção
Apesar de ter registrado crescimento, a cobertura vacinal contra o Papilomavírus humano (HPV) ainda segue abaixo da média nacional no Maranhão. De acordo com o estudo “Cobertura Vacinal contra o papilomavírus humano no Maranhão no período de 2014 a 2023”, apenas 63% das meninas e 30,7% dos meninos na faixa etária de 14 anos foram imunizados contra a doença.
O estudo foi apresentado no I Congresso de Saúde Coletiva do MA e situa o Maranhão abaixo da meta estipulada pelo Ministério da Saúde, que é de ter pelo menos 80% da população-alvo prevenida contra doenças causadas pelo vírus HPV, sendo o câncer de colo de útero a principal delas.
Hoje, a vacina contra o HPV deve ser aplicada em meninos e meninas de 9 a 14 anos. O objetivo é proteger as pessoas contra o vírus antes de iniciarem a atividade sexual, já que o HPV é considerado uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST).
“Os pesquisadores trouxeram essa vacina para que a gente consiga, com a imunização dessa faixa etária, reduzir o número de pessoas acometidas pelo câncer de colo de útero”, pontual a coordenadora do curso de Enfermagem do Centro Universitário Estácio São Luís e mestra em Ciências da Saúde, Stelma Pontes.
A especialista explica que o desenvolvimento de lesões pelo vírus HPV é um dos principais fatores para o desenvolvimento do câncer de colo de útero, sendo responsáveis por cerca de 70% dos casos da doença. É o terceiro tipo de câncer mais incidente entre mulheres.
Meninos também devem ser vacinados
A docente Stelma Pontes reforçou ainda que meninos também devem tomar a vacina, porque o vírus do papiloma humano (HPV) afeta tanto homens quanto mulheres. “Embora o HPV seja mais conhecido por causar câncer do colo do útero em mulheres, ele também pode causar outros tipos de câncer, como câncer de pênis, ânus, boca, garganta e verrugas genitais, tanto em homens quanto em mulheres”, enumera a professora.
A conscientização entre as famílias segue como uma das estratégias mais relevantes para proteger a saúde de meninos e meninas. A dona de casa Maria Celeste dos Santos, moradora do bairro da Camboa, em São Luís, conta que levou a filha para tomar a vacina contra o HPV assim que ela atingiu a idade recomendada. “Para mim, é uma questão de proteger a saúde e o futuro dela. Conversei com ela sobre a importância da vacina e ela entendeu. É um pequeno gesto que pode fazer toda a diferença na vida dela”, compartilha a mãe.