Em 2023, até meados de novembro, foram registrados 1,66 milhão de casos prováveis de dengue no Brasil, superando os 1,52 milhão contabilizados ao longo de 2022, conforme dados do painel de arboviroses do Ministério da Saúde. O crescimento é de 15,8% no período, o que faz com o que o número de casos seja o maior desde 2015.
Em crianças, debelar a doença pode ser ainda mais difícil. Além da fragilidade do organismo, os sintomas podem ser confundidos com os de outros quadros virais, atrasando, dessa forma, o tratamento.
O pediatra da Hapvida NotreDame Intermédica, Mailton Fredson, enumera alguns sinais de alerta. “Essa doença é caracterizada por febre alta, manchas no corpo, dor nas articulações e nos olhos. O quadro mais temido é o de dengue hemorrágica, cujos sinais de alerta incluem dores abdominais intensas, vômito e sangramento”, explica.
CASOS
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a expectativa é de que o número de casos de doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti — como dengue, zika e chikungunya — continue a crescer nos próximos meses. Isso em virtude da combinação entre chuva e calor intenso, resultantes do El Niño.
“O início da estação chuvosa também predispõe os ambientes ao acúmulo de água parada em recipientes descobertos e, assim, à formação de criadouros do mosquito transmissor das arboviroses”, explica o médico.
Há quatro tipos diferentes de vírus da dengue: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. As variações 3 e 4 tiveram alta nos últimos meses e são as principais responsáveis pelos quadros atuais.
O Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) e o Levantamento de Índice Amostral (LIA) indicam que, em 2023, 74,8% dos criadouros do mosquito da dengue estão nos domicílios, como em vasos e pratos de plantas, garrafas retornáveis, pingadeiras, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros em geral, pequenas fontes ornamentais e materiais em depósitos de construção (sanitários estocados e canos, por exemplo).
Sendo assim, a prevenção pode ser realizada muito antes do desenvolvimento da doença no organismo, focando no controle da população de mosquitos. Além disso, o uso de repelentes e telas nas portas e janelas podem oferecer uma barreira eficaz e evitam a aproximação do inseto.