O fracasso do futebol do maranhense passa pela incompetência da Federação Maranhense de Futebol (FMF) e pelo amadorismo dos dirigentes dos clubes. A entidade que dirige o esporte comete seus erros, mas os presidentes dos times contribuem muito para agravar a mediocridade nos campos e as arquibancadas dos estádios vazios.
Os últimos atos dos dirigentes de clubes locais dão a idéia de como o futebol maranhense caminha na contra-mão do restante do país. A palavra “planejamento” definitivamente não faz parte do vocabulário e nem da administração dos presidentes dos times locais.
O presidente do JV Lideral, Walter Lira, deu entrada na FMF com o pedido de extinção das atividades esportivas e culpou a entidade pelo feito. Em retaliação, a Federação anulou todos os contratos dos jogadores do Trator. Preocupado, com o dinheiro que perderá com a liberação dos atletas, Lira deu uma de “madalena arrependida”, disse que o documento foi mal redigido e que queria apenas pedir uma licença.
Já o presidente do Conselho Deliberativo do Moto Club, Curso Raposo, acertou na elaboração do documento pedindo apenas a licença de dois anos e também responsabilizou a FMF pela parada, mas errou na dose, pois não era necessário parar o clube. O Papão disputaria uma segunda divisão com outros seis times de pouca expressão e teria fortes chances de subir para a Série A de 2011, que terá patrocínio do governo do Estado. Agora, o rubro-negro só poderá disputar a Série A local em 2012.
Outro dirigente que “trocou os pés pelas mãos” foi o presidente do Sampaio, Sérgio Frota, que a menos de 10 dias da primeira partida do mata-mata contra o CSA trocou o técnico Arnaldo Lira, que montou a equipe para a disputa, por Flávio Campos, que sequer conhece o time. Como no futebol não existe milagre, o Tricolor deverá pagar na Série D pela falta de planejamento do seu dirigente, que monta time e comissão técnica no meio das competições.
Com tanto amadorismo será difícil tirar o futebol maranhense do fundo do poço, pois além da FMF, os dirigentes de time precisam se reciclar. É preciso mudar as práticas e as cabeças, pois do contrário o futebol daqui não ressuscitará nuca.