Qual o problema de vender parte do terreno do Parque José Carlos Macieira? Se o dinheiro foi revertido em prol do clube, para mim tudo bem. Na vida precisamos ser pragmáticos. Em qualquer empreendimento, o lucro não vem antes do investimento. Disputar uma Série B do Campeonato Brasileiro e fazer uma boa campanha tem o seu preço. Se a diretoria venceu parte da sede que não vem sendo usada para nada pouco importa para o torcedor, desde que o dinheiro seja investido no futebol.
Vários clubes brasileiros já se desfizeram de bens para in vestir no futebol. Como, por exemplo, o Náutico (PE), que tinha um terreno enorme em uma área nobre de Recife. A diretoria do Timbu negociou com uma construtora e recebeu um CT moderno na periferia da cidade e uma arena para mandar seus jogos. Graças ao acordo, o clube alvirrubro foi parar na Série A Brasileira.
Um exemplo próximo que nós temos é o Maranhão Atlético Clube, que vendeu parte do terreno da sua sede para a construtora do ex-presidente do próprio clube João Vicente, com a promessa de receber parte do condomínio do Shopping e dos conjuntos de apartamentos e mais um CT lá banda do Araçagi. O detalhe é que após o negócio, o Mac foi rebaixado e o seu terreno fica em área nobre ao contrário do Sampaio que fica na zona rural de São Luís.
Acho que notícia da negociação do CT do Sampaio não repercutia de forma negativa em meio a torcida. O time passa por excelente momento na Série B, no G4 com chances reais de subir para Série A, algo inédito para um clube maranhense. Além disso, quando Frota assumiu o clube e estava lá, o cenário que ele encontrou foi de ‘terra arrasada”. O CT estava totalmente abandonado. As janelas, portas e até as telhas haviam sido furtadas. O time não tinha nenhum jogador, seja amador ou profissional, e ainda carregava o triste apelido de clube mais “caloteiro do Brasil”.
De lá para cá foram muitas conquistas, que tornaram Sérgio Frota o presidente mais vencedor da história do clube. Entre elas: A Série D, invicto, e o acesso para a Série C com um vice-campeonato. O problema, que para ter resultado é preciso investir. E investir com o que? O Sampaio está há dois anos na Série B e não tem um patrocinador máster. Agora, o “governo da mudança” prometeu ajudar e o campeonato tá acabando e ainda não deu um centavo para o clube. O governador deveria era ser proibido de entrar no estádio com a camisa do Sampaio.
Para quem não sabe, o Sérgio Frota já tirou muito dinheiro do bolso para tocar o Sampaio. Como o Paulo Nobre fez no Palmeiras. Só que tem uma hora, que a demanda é maior. Os custos de uma Série B são infinitamente mais caras que um Campeonato Maranhense. O cara tem que tirar “leite de pedra” e que bom que ele teve a inteligência de conseguir vender parte daquele enorme terreno, que não seria utilizado para nada nunca. E o melhor, por um bom preço, pois está na zona rural de São Luís.
O estardalhaço que fizeram com a venda de parte do terreno do Parque José Carlos Macieira parece que não afetou o time tanto quanto a invasão da sede. Além disso, o que interessa para o torcedor boliviano é comemorar o retorno ao G4 e continuar sonhando com a Série A.