Especialista da Faculdade Pitágoras destaca consequências do consumo excessivo
O excesso no consumo de bebida alcoólica traz muitos malefícios para a saúde e um deles é o câncer. De acordo com um estudo publicado na revista científica The Lancet Oncology mais de 4% de todos os novos casos da doença em 2020 foram atribuídos ao consumo de álcool.
Com o cenário de pandemia, o consumo de álcool só cresceu. Pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro do Fígado (Ibrafig) mostra que 55% da população brasileira tem o hábito de consumir bebidas alcoólicas, sendo que 17,2% delas declararam aumento do consumo durante o isolamento social, associado a quadros de ansiedade graves.
“O álcool é um fator de risco para o câncer, podendo contribuir para o desenvolver diferentes tipos da doença na boca, faringe, laringe, esôfago, estômago, fígado, intestino (cólon e reto) e mama. Nos homens, o maior risco é de tumor colorretal e de estômago e, para o sexo feminino, de tumor de mama”, detalha o médico patologista e professor do curso de Medicina da Faculdade Pitágoras, Raimundo Nonato Góis Junior.
O especialista destaca que o álcool causa danos ao corpo especialmente de três maneiras. “Uma delas é provocando o dano celular: quando ingerimos álcool, o corpo o transforma em acetaldeído, uma substância química que pode causar danos às células e até impedir que elas reparem os prejuízos causados. Outro problema são as alterações hormonais relacionados ao estrogênio e insulina, aumentando o risco das células cancerígenas”, destaca.
O médico afirma que o álcool causa um processo inflamatório no fígado, o que pode levar à cirrose, processo no qual o órgão perde suas funções pela fibrose causada pela doença “Os sintomas demoram a surgir e só aparecem quando a situação é grave. Os olhos ficam amarelados, o paciente começa a reter líquido, aparecem lesões na pele, o corpo fica inchado – a chamada barriga d’água – e, em casos avançados, o paciente pode evacuar sangue. A cirrose pode evoluir para um tumor maligno e a solução é um transplante”, alerta o especialista.
O patologista destaca a importância do diagnóstico e o tratamento precoce, capazes de estabelecer e regredir as lesões provocadas pela doença. “Para constatar o nível de comprometimento do fígado são feitos exames de sangue, de imagem, biópsia”, acrescenta.
A prevenção é a melhor saída. Confira algumas dicas e hábitos saudáveis elencados pelo especialista que devem ser adotados no dia a dia:
• Faça atividade física na maioria dos dias da semana;
• Tenha uma alimentação rica em fibras (frutas, vegetais e grãos) e pobre em gorduras animais;
• Não fume;
• Evite o consumo de bebidas alcoólicas;
• Realize exames preventivos;
• Se têm casos de câncer ou doença de intestino na família, avise seu médico.