Nunca os brasileiros tiveram tanta necessidade de saber onde aplicar o dinheiro que ganha para obter um rendimento. Com pouco é possível começar a investir
A situação não está nada fácil para os brasileiros. A inflação nas alturas, deixando o custo de vida cada vez mais elevado e o salário está rendendo cada vez menos. Pior ainda para quem recebe apenas um mínimo (R$ 1.212). É possível, inclusive, que enquanto você leu o início do texto tenha se lembrado do malabarismo que faz na hora de ir ao supermercado ou lembrou de algum boleto. O caso é que todo trabalhador precisa aprender a fazer o salário render e a investir. Aplicar parte do salário, um pouco que seja, é uma das alternativas para sair do vermelho, principalmente a médio e longo prazo.
Tudo bem que a necessidade é urgente e o retorno financeiro, para muitos, precisa ser o mais rápido possível. Também dá para conseguir isto se souber onde aplicar. Acredite com R$ 100 – às vezes, até menos – todo trabalhador pode investir em algo rentável. Ah! E esqueça a caderneta de poupança. Ela já não é mais uma opção tão rentável. Rende muito pouco. Para quem tem um saldo bancário baixo é quase o mesmo que guardar dinheiro no colchão.
Segundo o professor Reis Rocha, que coordena o curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Estácio São Luís, o primeiro passo para investir é planejar o orçamento, definindo metas financeiras e uma parte para investir. Tesouro Direto, Bolsa de Valores e até criptomoedas podem ser alternativas interessantes para trazer algum rendimento. “O investidor precisa escolher alternativas que prevejam a participação com aportes dentro de sua capacidade de investimento. Há fundos de renda fixa que exigem um aporte inicial de R$ 200 ou R$ 300”, disse.
Atualmente, alguns gerentes de bancos sugerem investimentos em bolsa. Esta pode ser uma opção viável, de acordo com Rocha. “No caso dos fundos negociados na bolsa o lote mínimo de aquisição for de uma cota, você pode dividir o montante disponível pelo preço de compra para descobrir o quanto pode investir”, ressaltou. “Se você tiver R$ 500 para investir e a cota custar R$ 20, é possível adquirir 25 cotas”, exemplificou.
No entanto, o professor alerta que o investimento na Bolsa tem riscos e pode não ser tão seguro. Para ele, uma boa opção é aplicar no Tesouro Direto. “É um investimento cada vez mais popular entre os brasileiros, mesmo entre aqueles que investem pequenos valores e ainda estão começando”, recomendou Reis Rocha.
Em relação às criptomoedas, ele observa que estão cada vez mais presentes, porém não são controladas por algum órgão específico – o que aumenta o risco de golpes. “Elas são conhecidas por ter volatilidade alta e geralmente isso significa um movimento de valorização que interessa a muitos investidores”, comenta.
Por fim, Reis orienta cautela e que o trabalhador não se encante por promessas de retorno financeiro elevado em curto período, dependendo do investimento que optar. “O interessado precisa se certificar que a instituição está cadastrada na Comissão e Valores Mobiliários (CVM) e no Banco Central”, alerta. Também chama atenção para não acreditar em informações que chegam em grupos de Whatsapp.
“Não é preciso ser um profundo conhecedor do mercado financeiro para saber que não existe mágica quando se trata de investimentos. Qualquer promessa de retorno de 1% ou 2% ao mês é irreal”, encerra o contador.