Número de jovens eleitores cresce; campanhas lideradas por famosos estimulam adesão ao processo eleitoral
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Maranhão tem hoje exatos 52.455 adolescentes de 16 e 17 anos aptos a votar nas eleições de outubro. Esse quantitativo tem crescido nos últimos meses e deve ser maior a partir desta quinta-feira (05), quando já estarão encerrados os prazos para regularizar pendências junto à Justiça Eleitoral. Ainda segundo o TSE, o número de jovens eleitores aumentou 45% só no mês de março.
Este ano, o apelo tem sido particularmente forte entre os adolescentes, graças a campanhas lideradas por ídolos juvenis como a atriz Larissa Manoela, a cantora Anitta e até mesmo astros de Hollywood, como os atores Mark Ruffalo e Leonardo DiCaprio. A professora do Centro Universitário Estácio São Luís, Adriana Mendonça, afirma que essas mobilizações chamaram a atenção do público mais jovem.
“O aumento da quantidade de novos títulos de eleitor tirados por jovens, entre 16 e 18 anos, cujo voto é facultativo, decorre das campanhas mais atrativas e dinâmicas para os jovens, com adaptação de linguagem e atuação de forma assertiva dentro do espaço das mídias sociais”, explicou.
A facilidade em obter o documento – que pode ser feito em poucos minutos, pela Internet – é outro ponto positivo. Vale lembrar que, de modo geral, os adolescentes também estão mais engajados: em uma enquete realizada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) com a Ong Viração Educomunicação, dois em cada três adolescentes afirmaram acreditar que o voto tem poder para transformar a realidade, e 64% disseram que pretendem votar este ano.
Adriana frisa a importância de espaços adequados para os jovens, tanto nos canais institucionais quanto na militância partidária. “É preciso que se garanta à juventude espaços de atuação para além da função de eleitor. A juventude faz política através dos meios que encontra disponíveis, nas ruas, comunidades, associações de bairros e, sobretudo, na internet e nas mídias sociais”, afirmou. Ela frisa também o papel das escolas nesse processo, reforçando que os estudantes devem ser incentivados, desde cedo, a se organizar em grêmios e coletivos estudantis.
ABSTENÇÃO
Mas mesmo com o aumento do número de jovens com título de eleitor, o número de abstenções continua alto: nas últimas eleições, mais de 20% das pessoas deixaram de votar.
Para reverter a situação, Adriana reforça que é importante que as discussões que afetam a sociedade devem ser realizadas em linguagem adequada ao cotidiano e ao interesse das pessoas, aumentando assim o interesse pelo processo eleitoral.
“É preciso demonstrar a importância do voto consciente como ferramenta de transformação, necessária para uma vida melhor em sociedade, em diversas instituições como igrejas, associações e espaços culturais. Todos esses devem ser espaços de debate e conscientização sobre a importância do voto”, concluiu.