Bisha (Arábia Saudita) – Marcelo Medeiros, piloto da Tagracing Team, foi o mais rápido e conquistou a vitória na 10ª etapa do 44° Dakar, entre os Quadriciclos FIM. O titular da Yamaha Raptor 700, #183, finalizou o trecho cronometrado do dia, de 375 quilômetros, entre Wadi Ad-Dawasir e Bisha, em 4h11min04seg. No acumulado geral da competição, o maranhense, tetracampeão do Sertões, subiu mais um degrau, ficando agora na 6ª posição, com o total de 64h50min32seg.
A 10ª especial, nesta quarta-feira, cumpriu a promessa de ser uma das mais rápidas da edição, ao mesmo tempo que foi agradável aos olhos. Uma etapa em que os competidores, em meio às variações de relevo e cores, precisaram ter em mente que pressa gera desperdício, especialmente quando se trata de navegar pelas inúmeras interseções, que são a marca registrada das rotas sauditas. Uma etapa em que predominou o prazer em conduzir e a contemplação de cenários maravilhosos.
Medeiros largou em quinto e foi recuperando posições já na chegada da segunda zona de controle (km85), quando o argentino-americano Pablo Copetti, líder da prova até então, fundiu o motor. Naquele trecho, o piloto da Tagracing Team ultrapassou o polonês Kamil Wisniewski, assumindo o segundo lugar. No penúltimo “waypoint” (km258), o maranhense conseguiu conquistar a dianteira da prova e, a partir dali, abriu vantagem em relação aos concorrentes, cruzando a linha de chegada 2min25 a frente do segundo colocado.
“Hoje foi um daqueles dias em que tudo deu certo. Fui para a largada bastante focado e o quadri estava funcionando redondo e contribuiu para este excelente resultado. Foi um percurso de muitas dunas e muitos desfiladeiros. Consegui passar todos os quadriciclos e ganhar a etapa. Estou muito feliz, com a vitória”, comemora o maranhense.
Para a reta final deste Dakar, o piloto segue com a expectativa de terminar o evento na melhor classificação possível. “Faltam só duas etapas. E teremos um novo percurso de areão e dunas pela frente para ultrapassar. Vai ser pedreira. Agora, vamos só revisar o equipamento para que amanhã tenhamos mais uma conquista”, aposta o piloto maranhense, que faz sua estreia em competições oficiais fora do terreno sul-americano.
Nesta quinta-feira, 13, o rali permanece em Bisha, onde será disputada outra especial em forma de laço em torno da cidade, a sexta prova neste formato desde o início do evento. Um novo trecho que promete muitos desafios. Mais da metade será em dunas de todo tipo, formas e tamanhos, incluindo as de areia mais fofas que o deserto reserva. A última batalha que porá em teste as condições físicas e psicológicas dos competidores, bem como a resistência de suas máquinas, antes da finalíssima especialmente
Depois, a caravana segue de retorno à Jeddah, sede da grande final da competição. O piloto da Tagracing Team e seu Yamaha Raptor 700 vão percorrer, durante estas duas primeiras semanas do ano, a um total de 8.404 quilômetros, dos quais 4.129 km são de especiais cronometradas e o restante divididos entre trechos iniciais e finais de deslocamento.
Dentro do Dakar, Marcelo Medeiros teve outras três participações, quando a competição aconteceu na América do Sul. Em sua estreia, em 2016, e no ano seguinte, o maranhense não finalizou a prova. Em 2018, ficou em quarto lugar entre os quadriciclos. Neste ano, cada trecho do Dakar 2022 conta pontos individualmente para o Mundial de Cross Country da Federação Internacional de Motociclismo (FIM).
Marcelo Medeiros conta com patrocínio da Mardisa / Mercedes-Benz, através da Lei de Incentivo ao Esporte do Governo do Estado do Maranhão, no Dakar 2022.