Aproximadamente 30% da população mundial tem essa mania
Você já deve ter reparado alguém à sua frente saboreando ou quase devorando uma unha, não é mesmo? Ou você costuma roer unhas? Caso sim, saiba que não está sozinho. Cerca de 30% da população mundial sofre com esse problema.
Problema esse enfrentado desde criança pela jornalista, Isabella Goulart. Hoje, com 22 anos, ela diz que não recorda algum momento da vida em que não tenha destruído as suas unhas. “Comecei desde pequena mesmo, pois não lembro de algum momento que tenha ficado sem roer. A situação se agrava quando estou com medo e apreensiva ou então, incomodada com algo”, desabafou.
O hábito, conhecido no meio médico como onicofagia, atinge homens e mulheres das mais diversas idades, pode estar associado a algum problema de saúde, como explica a psicóloga do Sistema Hapvida, Ana Emilia Godinho. “Esse hábito pode ser um sintoma de ansiedade, mas também pode ser algo ligado ao transtorno obsessivo compulsivo (TOC) – é caracterizado pela presença de obsessões e compulsões – como pode não ser nenhum deles e, ocorrer como uma mania quando a pessoa está com fome, estressado, entediado ou distraído”.
“Eu vejo o meu caso como uma mania, pois hoje, consigo controlar bem mais do que antes, pois quando criança, era desesperador. Não conseguia parar de jeito algum, era horrível. E agora, depois de adulta, sei dos males que faz à saúde e, tento a cada dia melhorar, diminuindo as crises”, finalizou Isabella.
O que muitos não sabem é que essa mania pode ser compulsiva e causar danos sim. “Roer as unhas de forma repetitiva e crônica provoca micro traumas na região dos dedos e das unhas levando a fissuras que possibilitam a entrada de bactérias causando o que a gente chama de paroníquia. Outra questão importante é que o fato de ficar levando a mão à boca a todo momento faz com que tenha contato direto com os vírus e bactérias, muitas vezes, ocasionando doenças gastrointestinais e virais como, diarreia e síndromes gripais, destacou o médico dermatologista do Sistema Hapvida, Dr. Diogo Pazzini.
Consequências
Algumas consequências de roer unhas e que podem ajudar na conscientização para abandonar esse ‘vício’:
- Surgimento de ferimentos na pele dos dedos e nas cutículas, facilitando a infecção por bactérias e fungos;
- Deformações nas unhas, nos dedos e na pele ao redor;
- Aumento das chances de desenvolver problemas gastrointestinais;
- Dificuldade para realizar algumas atividades, como tocar um instrumento musical, desenhar e escrever.
“Com o passar do tempo, as unhas vão crescendo de forma deformada, ou seja, elas se tornam distróficas. A gente fala muito de síndrome das unhas frágeis, o que significa isso? São unhas frágeis, unhas que quebram com facilidade, que tem dificuldades no crescimento e deformadas”, finalizou Dr. Diogo.
Saiba mais
5 riscos para a sua saúde bucal:
- Desgaste, fratura e desalinhamento dos dentes
- Problemas na mandíbula
- Lesões na gengiva
- Maior risco de desenvolver bruxismo
- Infecções na boca causadas por bactérias, vírus ou fungos
Conclusão
“Sabemos que faz mal à saúde tanto nas questões de higiene por conta dos germes e bactérias como por machucar a pele. Em todos os casos, o ideal é buscar ajuda médica para investigar as causas e iniciar um tratamento que pode ser psicológico ou de medicamentos para se passar nas unhas”, concluiu Ana Emilia Godinho.