O petista de proa Eri Castro visitou, na manhã de ontem, uma empresa na capital maranhense para praticamente “exigir” que lhe fossem cedidos dois trios de som para serem usados no Carnaval. Ele teria tentando intimidar o gerente da empresa dizendo que estava ali “em nome do Governo do Maranhão”. O caso chama a atenção, pois o dirigente do partido, muito ligado ao secretário de Esporte e Lazer do Estado, Márcio Jardim, e que fez campanha para o governador Flávio Dino (PC do B), sequer faz parte da Secretaria Estadual de Cultura do Maranhão (Secma).
De acordo com o gerente da empresa, após ouviu do gerente que “as coisas não são assim” e que a solicitação precisaria ser feita com antecedência. O petista não gostou e teria dito: “Rapá, eu não tenho tempo não. O Carnaval é neste final de semana. Eu sou da Secretaria de Cultura, aqui é do Governo do Maranhão”, retrucou irritado. Em seguida, tentou, por diversas vezes, ligar para o dono da empresa que mora em outro estado. Sem ser atendido, enviou um SMS, e, mais uma vez, disse que era do Governo do Maranhão.
O modus operandi
Eri Castro teria visto um dos trios da empresa estacionados em frente a uma concessionária de veículos e perguntou a quem pertencia. Em seguida, buscou saber sobre a empresa e seus donos junto a terceiros. Munido das informações necessárias, foi à sede e falou com o gerente como se tivesse intimidade com os donos. Chegou a citar os nomes dos empresários que moram fora do Maranhão.
Após a negativa do gerente em ceder os carros de som, o petista questionou porque o trio estava cedido à concessionária a não poderia “ser cedido ao Governo do Maranhão”. Mesmo sem a obrigação de lhe dar satisfação, o gerente explicou que já havia uma parceria de muito tempo com a outra empresa. “E você acha que o Governo do Maranhão é o quê? Você não quer o Governo do Maranhão como parceiro? É o melhor parceiro que você pode ter. É o Governo do Maranhão, rapá”, disse Eri.
Ele saiu da empresa irritado, menosprezando o gerente. “Tu não resolve nada, eu vou falar é com o dono”. Sem conseguir contato com o proprietário, Eri voltou a insistir com o diretor local. Até instantes atrás, o petista continuava a insistir em ligações para o gerente, que está se sentindo achacado e intimidado. De certo modo, até constrangido em não poder “atender o suposto pedido do Governo do Maranhão.
A secretária Ester Marques entrou em contato com o jeisael.com para informar que o Eri Castro não é funcionário e não tem nenhum vínculo com a Secretaria Estadual de Cultura do Maranhão (Secma). Disse que ele não está autorizado a falar em seu nome, nem em nome da Secma ou do Governo do Maranhão. Questionado se o conhecia, professora Ester disse que o viu algumas vezes nos corredores da Secretaria com projetos embaixo do braço para tentar emplacá-los, e só.