O deputado estadual Yglésio Moyses (PROS) utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa do Maranhão, na manhã desta terça-feira (24), para fazer uma denúncia sobre a educação municipal ludovicense. Segundo o parlamentar, duas turmas do 3º ano do ensino fundamental da UEB Odylo Costa Filho, no bairro Alto da Esperança, estão sem professor desde o início do ano letivo, conforme informações enviadas pelos pais ao deputado.
Yglésio destacou que esta unidade é a única escola do bairro, com cerca de 50 alunos matriculados. De acordo com o parlamentar, além da falta de professor, os pais também denunciaram a forma como a escola tem conduzido a aplicação do conteúdo aos alunos.
“As aulas estão limitadas ao uso de uma apostila. Os pais pegam o material na escola e levam para casa. Eles ficam, praticamente, com a obrigação de dar aula às crianças em casa. Por quê? Porque não existe um acompanhamento presencial. Essas apostilas são reaproveitadas de outras turmas, os pais não são orientados quanto à metodologia das aulas e não possuem nenhum tipo de acompanhamento, nem por WhatsApp”, disse Yglésio.
Ainda durante seu pronunciamento, o deputado ressaltou que os pais têm receio de denunciar e sofrer consequências em função do autoritarismo da atual gestão da escola.
Impactos
Frente a esse caso, Yglésio fez uma comparação entre o ensino privado e o público, destacando o nível dos prejuízos que os alunos da educação pública estão tendo neste momento de pandemia.
“Hoje, quem tem condição de pagar uma escola particular já não consegue ter a mesma qualidade de aprendizado que tinha antes da pandemia. Na escola pública, chega-se ao ponto de não ter o básico, nem o mínimo remoto. Esses alunos, mais na frente, sentirão os efeitos desse prejuízo que sofrem hoje, pois se eles não têm nem o ensino remoto funcionando, a gente não vai poder cobrar desse aluno, mais na frente, um determinado desempenho”, pontuou.
Yglésio destacou, também, que o que ocorre hoje é histórico. “Essa situação que nós vemos hoje não é algo dessa gestão, mas das anteriores. Aprovam-se alunos quase que automaticamente aqui, em São Luís. Nada justifica o IDEB que a gente tem com índice de 96% de aprovação escolar”, frisou.
Por fim, o parlamentar cobrou providências do município de São Luís a fim de sanar essas pendências na educação pública ludovicense.