A LUTA DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE & PACIENTES EM 365 DIAS DE LUTA CONTRA A COVID-19

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O Diretor Geral do Hospital São Luís (HSLZ) Plínio Valério Tuzzolo

Hospital São Luís (HSLZ) já salvou milhares de vidas de servidores estaduais nessa pandemia

O mês de março de 2020 ficou marcado na história pessoal e profissional de todos os profisisonais da área da saúde e administradores hospitalares que, de repente, passaram a vivenciar a maior e mais desafiadora experiência profissional que já tiveram até então: Salvar vidas em meio à pandemia da Covid-19.

Para o time do Hospital São Luís, mais conhecido como HSLZ ou Hospital dos Servidores não foi diferente. E há exatos 365 dias a luta tem sido intensa, repleta de inseguranças, medos pessoais e profissionais além de emocionantes vitórias a cada paciente que é devolvido para seus famíliares após o tratamento na unidade hospitalar.

“Nesse período a gente está aprendendo muitas coisas novas, precisando rever conceitos, práticas e tratamentos. Tá sendo muito pesado e a carga  horária tem sido mais que dobrada para todos nós que trabalhamos na fonoaudiologia hospitalar. Os plantões têm sido extremamente longos, e o mais complicado de tudo é olhar os pacientes que chegam à UTI e que precisam ser entubados, e não sabermos se ele ou ela vai voltar um dia para a sua família. Isso mexe muito com o emocional de todos nós profissionais. É impossível ficarmos neutros; seguimos refletindo sobre tudo isso que está acontecendo e sem ver uma luz no fim do túnel, parece que estamos trabalhando no escuro, testando procedimentos sem nenhuma certeza científica absoluta. Mas se há uma certeza, é a de que estamos dando o máximo de nós enquanto profissionais da linha de frente, para tentarmos preservar o máximo de vidas que conseguimos”, revela a Coordenadora do Serviço de Fonoaudiologia do HSLZ Cíntia Seipel.

“O que a gente tem vivido aqui é realmente um cenário de guerra, contra um monstro invisível. A gente tem desgaste físico e emocional diariamente, não é fácil sair de casa e deixar nossas famílias, e nem é fácil chegar para cuidar dos pacientes pois sabemos que ali está o amor de alguém e é muito difícil lidar com tantas mortes”, desabafa Fernanda Valéria Maciel Dutra que é fisioterapeuta intensivista.

O sentimento de impotência e medo de uma doença tão traiçoeira como é a Covid-19 é geral entre os profissionais da linha de frente:

“Ainda estamos no olho do furacão, mas prometemos não desistir e nem recuar mesmo estando exaustos, tentando amargamente aprender a lidar com essa maratona, e quebrando a cabeça para tentar entender o que está acontecendo com o paciente dia a dia nessa luta pela vida. E tentando amargamente lidar com o vazio que surge o óbito chega. E só piora sabermos que a qualquer momento os papéis podem se inverter, e o colega que estava hoje na linha frente com você pode ser o seu paciente amanhã”, confessa Daiane Amorim, fisioterapeuta intensivista do HSLZ que está há um ano nesse campo de batalha.

Para o médico intensivista Rafael Matos Hortegal, cada extubação de um paciente é mais que um procedimento bem sucedido, é uma verdadeira vitória da medicina:

“O paciente que chega para nós como um desconhecido, acaba se tornando um ente querido ao longo do tratamento que nem sempre é fácil, e na maioria das vezes é longo e complicado. E cada paciente extubado e que conseguimos devolver para sua família é mais que uma vitória, é um incentivo a nossa luta e um verdadeiro troféu para todos os colegas envolvidos” disse o Dr. Rafael.

Mais que números ou estatísticas, cada alta realizada no Hospital São Luís é um sinal de Deus e de que vale a pena tantos esforços empenhados por todos. Há um ano o volume de atendimentos e internações no HSLZ têm sido bem acima da média.

Para o Diretor Geral Plínio Valério Tuzzolo seguir motivando toda a sua equipe multidisciplinar é fundamental e mais que merecido. Ele lembra que todo o grupo do HSLZ que está à frente do atendimento aos pacientes de Covid-19 foi merecidamente homenageado de forma coletiva pela Diretoria do Hospital e pelo Grupo Mercúrio, controlador do hospital com uma placa solene colocada na sede da unidade.

“Todos estão dando o máximo de si, muito além do profissionalismo normal. Digo que são todos grandes heróis mesmo. Bravos e corajosos profissionais que, do maqueiro, servente ao médico, todos estão salvando vidas e colaborando para devolvermos às famílias os seus amores, nas melhores condições possíveis. Não tem sido fácil, mas sei que estamos fazendo história juntos”, frisou o Diretor.

O pastor evangélico Nelson Roberto Silva Abreu, de 48 anos faz parte da feliz estatística de curados do HSLZ. Casado com a técnica em administração Vanessa Abreu de 34 anos e pai de Davi Augusto  de 5 anos e Miguel Nagai, de apenas 1 ano e 8 meses ele sentiu medo de não voltar a ver sua família. Ele que é policial militar da reserva e pastor da Primeira Igreja Batista de São Luís no Centro, sentiu os primeiros sintomas da Covid19 em 30 de  janeiro desse ano. Como a doença avançou rápido, Nélson precisou internar no décimo dia, e depois ainda foi parar na UTI do HSLZ:

“No início não tive medo, só fiquei preocupado em transmitir o vírus para minha esposa e filhos. Senti dor de cabeça, tive febre e tosse, falta de olfato e paladar e pensei que ia ficar bom logo. Fiquei dez dias em casa, mas depois o quadro complicou, e precisei internar no Hospital dos Servidores / HSLZ. Fiquei 21 dias no hospital, sendo 17 na enfermaria e depois na Unidade de Terapia Intensiva. A doença foi se agravando e passei quatro dias internado na UTI. Fiquei com 80% dos pulmões comprometidos e muita falta de ar devido à saturação baixíssima mesmo com 15 litros de oxigênio e na posição de bruços; era muito difícil respirar. Continuei tendo tosse, diarreia, dor de cabeça, febre além de muita ansiedade, medo e saudades da família. Um mix de emoções e sentimentos tristes. Tive muito medo de morrer quando precisei ir para a UTI, mas não cheguei a ser entubado. Deus me deu uma dose exagerada de cuidados, generosidade e carinho através da equipe multidisciplinar do HSLZ – graças a todos eles fiquei curado. O Dr. Samuel Gregório e sua equipe de médicos, enfermeiras, técnicas de enfermagem, fisioterapeutas, maqueiros, nutrição; todos foram de uma perícia e competência fora do comum. Meu tratamento foi um sucesso”, revelou ao relembrar esses 31 dias de grandes provações.

Para aqueles que ainda estão internados no HSLZ lutando pela vida, o pastor Nélson deixa uma mensagem de fé e esperança:

“Tenham paciência, perseverança e, acima de tudo, fé em Deu, pois o tratamento funciona e a instituição HSLZ é excepcional. Eu já estive nesta situação e venci, graças a Deus Todo Poderoso! A todos os profissionais desse hospital, deixo minha gigantesca gratidão e o reconhecimento público pelo profissionalismo, carinho, respeito, generosidade e humanidade com que fui tratado por todos. Sei que o Senhor Jesus os instrumentalizou como verdadeiros anjos, que me devolveram à minha família, à minha Igreja e para a minha comunidade. Gratidão, sempre!” disse o paciente curado e ainda mais fortalecido pela fé em Deus e na medicina.

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