Pedagoga analisa como professores e responsáveis podem lidar com esse novo momento na educação ainda em meio à pandemia
Com o retorno às aulas presenciais em modo híbrido e a esperança de dias mais próximos da normalidade, pais e alunos esperam que o ano letivo de 2021 traga de volta o que foi perdido no ano que passou. Principalmente para os professores da rede pública e do ensino fundamental, o planejamento das próximas aulas envolve recuperar os atrasos pedagógicos causados pelos transtornos vividos em 2020.
“Acredito que todos os pais ficaram preocupados porque os filhos estavam um ritmo mais lento com o ensino remoto durante 2020, fosse devido às dificuldades tecnológicas que alguns enfrentaram, ou pela falta de contato com o ambiente escolar e colegas. Mas é necessário lembrar que esse método à distância aconteceu por uma questão urgente de saúde e segurança, e que qualquer atraso pode ser recuperado”, afirma a coordenadora do curso de Pedagogia da Estácio, Bruna Braga.
A especialista explica que o ritmo de aprendizado é subjetivo, tanto em aulas presenciais quanto no ensino a distância, e que diante das circunstâncias extremas vividas, professores se reinventaram para dar aulas de forma que os déficits fossem os menores possíveis.
“Algumas crianças se adaptaram rapidamente, outras nem tanto, mas é inegável que as dificuldades de conexão e a falta do ambiente de sala de aula foram desgastantes, tanto para os alunos quanto para os pais, que tiveram que equilibrar a rotina das aulas com o próprio trabalho em home office e afazeres domésticos. Todos esses são fatores que influenciam no aprendizado das crianças, mas foi o possível a ser feito no momento”, afirma.
Nesta nova fase de aulas híbridas – em que escolas operam com rodízio de alunos em sala de aula e no ensino remoto – para diminuir as chances de transmissibilidade da Covid-19, a pedagoga aconselha que os professores da educação infantil e ensino fundamental trabalhem de maneira lúdica a explicação de porque são necessárias as medidas de higiene no ambiente e o distanciamento, para auxiliar os alunos nesse retorno às atividades presenciais.
“Cabe aos professores e aos pais explicarem o porquê de ser necessário o distanciamento, uso de máscara, brincar separados, não poder compartilhar o material com os colegas. Isso deve ser trabalhado com histórias, brincadeiras, jogos, cartazes e demais atividades que atraiam a atenção, especialmente das crianças menores”, aconselha.
Bruna lembra ainda que a família tem um papel essencial para a educação nesse contexto de pandemia: acompanhando as aulas e mantendo uma rotina da mesma forma como se a criança estivesse indo para a escola todos os dias, para que ela não perca a percepção de que aquele é o momento de se dedicar às atividades escolares.
“Muitas vezes isso não é possível, mas os responsáveis devem acompanhar o que o filho está vendo na aula, como ele está se saindo, se está participando, realizando as atividades, como está a relação com os colegas. Com o cuidado de cobrar tanto inicialmente, porque foi uma mudança drástica que todos tivemos que passar em 2020 e essa rotina será readquirida novamente aos poucos”.