Câncer infantil: o desafio de “gente grande” na vida das crianças

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O tratamento oncológico impacta nas atividades habituais de escola e lazer.

15 de fevereiro é o Dia Internacional de Combate ao Câncer Infantil, que tem como objetivo aumentar a conscientização e a educação sobre a doença, além de influenciar os governos e as pessoas para que se mobilizem em relação à causa. A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer estima que, no mundo, todos os anos, 215 mil casos novos são diagnosticados em crianças menores de 15 anos e cerca de 85 mil em adolescentes, entre 15 e 19 anos.

No Brasil, os cânceres com maior incidência em crianças e adolescentes são as Leucemias, os Tumores do Sistema Nervoso Central e os Linfomas.

As crianças e adolescentes que estão em situações de adoecimento por câncer apresentam uma escolarização desafiadora, uma vez que o tratamento oncológico impacta nas atividades habituais de educação e lazer. Essas crianças também vivenciam situações de dor e efeitos colaterais que desencadeiam graves reações físicas e emocionais.

A classe hospitalar é uma alternativa para oferecer assistência pedagógica aos que se encontram impedidos de frequentar o ambiente escolar formal por motivo de saúde. Mas nem todos os hospitais estão preparados para oferecer esse serviço. Como explica Thalyta Fróes, pedagoga da Universidade Estácio.

“Infelizmente, é escasso o tratamento oferecido a crianças que precisam ficar por longos períodos internadas. Nem todos os hospitais contratam pedagogos com especialização nessa área. Essa falta de profissionais adequados, deixa as crianças desmotivadas e sem vitalidade nos estudos. Caso o hospital não ofereça um local adequado, os pais precisam solicitar da escola o envio das atividades, mesmo que essa responsabilidade passe a ser dos pais na educação/ensino dos filhos”, avalia a pedagoga. 

Uma alternativa é manter um ritmo de leitura e estudo no ambiente hospitalar, para a criança se sentir excluída ao retornar para a escola, já que precisa se dedicar ao tratamento. 

“A realização ou continuação da vida acadêmica dentro do hospital é muito importante para a recuperação da criança. Normalmente as crianças sentem muita falta do vínculo que foi rompido”, acrescenta a pedagoga.

Segundo Viviane Santos, psicóloga da Universidade Estácio, as repercussões na vida dessa criança ou adolescente podem ser diversas, dependendo da gravidade da doença, do tempo que precisará para tratamento, bem como da natureza deste tratamento.

“Pode implicar em redução no contato com amigos e familiares. Privação de atividades de lazer e restrições alimentares também são aspectos a serem enfrentados. O próprio aspecto emocional provenientes destas privações podem ser percebidos em alterações do humor: irritabilidade e tristeza são alguns exemplos”, explica a psicóloga.

Nesse processo a família é fundamental para auxiliar no enfrentamento e no suporte, sempre seguindo as recomendações da equipe de saúde e buscando acompanhamento psicológico. Como orienta  Viviane Santos.

“É preciso ressaltar que a própria família precisa de suporte psicológico, pois é preciso cuidar de quem cuida. A família tendo apoio adequado estará em melhores condições para ajudar emocionalmente o filho. O acompanhamento psicológico à criança e à família nas diversas fases da doença tem se mostrado útil, ou seja, do diagnóstico, passando pelo tratamento, recaídas e remissões”.

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