Prazo termina no dia 15 de fevereiro e a novidade deste ano é a implementação de um novo sistema, que permite que todo o processo seja feito de forma online
Demandas de imprensa devem ser encaminhadas para [email protected]
A partir desta terça-feira (26.01) estão abertas as inscrições para o programa Bolsa Atleta 2021. O edital foi publicado no Diário Oficial da União na última quinta-feira (21.01) e o prazo de adesão segue até 15 de fevereiro.
A novidade para este ano é que os atletas farão as inscrições em um ambiente totalmente online. A inovação tecnológica implementada pela Secretaria Nacional de Alto Rendimento (SNEAR) da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania põe fim ao envio de documentação pelos Correios e pretende tornar o processo de inscrições e de acompanhamento das análises mais célere e eficiente.
Assim, a partir desta terça os atletas já podem enviar virtualmente documentos como declarações de clube e de patrocinadores direto pelo sistema. É nele também que o candidato à Bolsa Atleta deverá preencher o plano esportivo, acompanhar o andamento da análise da inscrição e verificar periodicamente a existência de pendências. Quando for publicada a lista de contemplados no Diário Oficial da União, o atleta poderá, por meio do sistema, enviar os dados bancários e assinar o termo de adesão.
“Hoje comemoramos mais um marco no processo de evolução do Bolsa Atleta”, ressalta o secretário especial do Esporte do Ministério da Cidadania, Marcelo Magalhães. “A equipe da SNEAR trabalhou muito neste novo sistema, que vai tornar o processo mais ágil. A nossa expectativa é superar o número de atletas contemplados pelo último edital, quando tivemos 6.357 atletas de modalidades olímpicas e paralímpicas beneficiados”, completa o secretário.
Mais interação
Para o secretário nacional de Esporte de Alto Rendimento, Bruno Souza, o novo sistema permitirá uma maior interação entre o beneficiado e a SNEAR. “O que entregamos foi modernidade tecnológica. Em um mundo cada vez mais conectado não fazia mais sentido manter o envio físico de documentação, sendo que todo esse processo pode ser feito online. A partir de agora, as inscrições tornam-se mais rápidas, eficientes e até mesmo o nosso trabalho aqui, de análise das documentações, se tornará mais ágil”, frisa Bruno Souza.
A previsão orçamentária para o Bolsa Atleta em 2021 é de R$ 145 milhões, a maior desde 2014 e superior, inclusive, ao investimento no programa em 2016, ano dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio, que foi de R$ 143 milhões.
Passo a passo
O novo sistema do Bolsa Atleta já está ativo. Para ter acesso, todos os candidatos elegíveis devem se cadastrar no portal único do Governo Federal. Com a senha criada, o atleta terá acesso ao sistema do programa, por meio da área de Inscrições da página do Bolsa Atleta no portal do Ministério da Cidadania. Assim, ele será direcionado ao portal de acesso dos sistemas, quando deverá clicar em “Entrar com gov.br” e inserir o CPF e a senha cadastrados. Já na área restrita, poderá efetuar a inscrição e enviar a documentação necessária.
“Antes, o atleta precisava preencher um formulário e enviar pelos Correios toda a documentação prevista no edital. Se precisasse complementar algo, teria que ir aos Correios de novo. Agora, tudo é feito dentro do sistema. Ele submete a inscrição diretamente para a Secretaria Especial do Esporte. Mais do que nunca, é uma conversa entre o atleta e o Bolsa Atleta”, explica o coordenador-geral do programa, Mosiah Rodrigues.
Ele lembra ainda que o candidato deve monitorar as notificações do sistema. “Ele precisa consultar periodicamente a área restrita dele, pois toda a nossa comunicação será feita por lá, como pedidos de correção ou complemento”.
Outro cuidado é com o prazo. Até a data final de inscrições, no dia 15 de fevereiro, o atleta deve submeter o formulário mesmo que não tenha todos os documentos em mãos. “O novo sistema tem uma aba de verificação de envios, um checklist. O atleta precisa se inscrever para não perder o prazo do edital. Depois, daremos um novo prazo para a correção ou o complemento das informações”, ressalta Mosiah.
Como a Secretaria Especial do Esporte já havia anunciado em agosto do ano passado, o edital contempla, pela primeira vez, resultados esportivos de dois anos (2019 e/ou 2020), uma estratégia para que os atletas não sejam prejudicados pelos efeitos da pandemia de Covid-19.
Força do programa
O Bolsa Atleta é um dos maiores programas de patrocínio direto ao atleta do mundo e apresenta resultados fundamentais para o esporte brasileiro. Desde a criação, em 2005, já foram concedidas mais de 69,5 mil bolsas para 27 mil atletas de todo o país. O valor destinado pelo programa desde sua implantação supera a marca de R$ 1,2 bilhão.
A importância do Bolsa Atleta pode ser medida nos Jogos Rio 2016. Na edição olímpica, 77% dos 465 atletas convocados para defender o Brasil eram bolsistas. Das 19 medalhas conquistadas pelos brasileiros – a maior campanha da história -, apenas o ouro do futebol masculino não contou com bolsistas.
Já nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, o Brasil teve a maior delegação da história, com 286 atletas, sendo 90,9% bolsistas. Foram 72 medalhas conquistadas, em 13 esportes diferentes: 14 ouros, 29 pratas e 29 bronzes, além de 99 finais disputadas. Todas as medalhas foram conquistadas por atletas que recebiam o apoio da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.
No ciclo para os Jogos de Tóquio 2020, a força do Bolsa Atleta ficou clara mais uma vez nos Jogos Pan-Americanos e Parapan-Americanos de Lima 2019, no Peru, o maior evento multiesportivo antes dos Jogos no Japão para os atletas brasileiros.
No Pan, o Brasil protagonizou sua melhor campanha da história. Foram 171 medalhas, sendo 55 de ouro. Com isso, o país voltou a terminar em segundo lugar no quadro de medalhas, o que não acontecia desde 1963, na edição dos Jogos realizada em São Paulo. Dos 485 atletas originalmente inscritos pelo Comitê Olímpico do Brasil para o Pan de Lima, 333 eram bolsistas. Do total de pódios conquistados, 141 vieram com atletas beneficiados pelo programa.
No Parapan, o Brasil protagonizou um resultado histórico e chegou ao topo do quadro de medalhas com 308 pódios. Foram 124 medalhas de ouro, 99 de prata e 85 de bronze. Do total de medalhas, 287 (93,18%) foram conquistadas por atletas contemplados pelo Bolsa Atleta.