A Marinha e Ministério da Defesa apontam que uma embarcação grega foi a responsável pelo derramamento de óleo nas praias do Nordeste brasileiro. A PF (Polícia Federal) realiza uma operação em alvos ligados à empresa Lachmann Agência Marítima, na manhã desta sexta-feira (1).
O navio suspeito se chama Bouboulina, pertencente à Delta Tankers LTD, cujo agente marítimo em 2019 no Brasil foi a Lachmann. A inteligência da PF concluiu que “não há indicação de outro navio (…) que poderia ter vazado ou despejado óleo, proveniente da Venezuela”. As investigações seguem para identificar se o derramamento foi intencional ou acidental.
Outra empresa, Witt O Brien’s, que mantém relações comerciais com a Lachmann, também é alvo da operação da PF.
Informações preliminares apontam que satélites identificaram uma mancha de óleo, no dia 29 de julho, distante aproximadamente 700 km da costa do Estado da Paraíba. O cruzamento inicial dos dados indicou que 1,1 mil navios trafegaram naquela rota durante um período próximo à identificação da mancha e que por isso poderiam estar ligados ao episódio.
Filtros na busca afunilaram para 30 o número de embarcações suspeitas, chegando agora à essa embarcação de bandeira grega.
O governo detalhou que esse navio tanque levava óleo cru do terminal de carregamento de petróleo de “San José”, na Venezuela, com destino à África do Sul. Segundo a Marinha, o navio suspeito manteve o sistema de monitoramento ligado (Automatic Indentification System-AIS).
A embarcação atracou na Venezuela no dia 15 de julho, permaneceu por três dias, e seguiu rumo a Singapura, pelo oceano Atlântico. O derramamento investigado teria ocorrido nesse deslocamento.
Até a última semana de outubro, foram registradas ocorrências de manchas de óleo em 97 municípios e 286 localidades, em todos os 9 estados do Nordeste. Foram encontrados mais de 100 animais afetados pelo óleo, com 81 mortes.
A operação da PF foi revelada pelo presidente Bolsonaro: “Estão sendo feitas busca e apreensão, parece que tem uma suspeita muito grande de uma empresa, suspeita ainda. Ele (Moro) tinha que fazer busca e apreensão para, quem sabe, ter a comprovação disso”, disse. 0:11 2:37 Voluntários incansáveis