Noite de homenagens a José Louzeiro

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Academia Maranhense de Letras exibe no dia 13 de junho o curta-metragem José Louzeiro: Depois da Luta, da cineasta Maria Thereza Soares e da pesquisadora e argumentista Bruna Castelo Castelo Branco; sessão é organizada pelo imortal Félix Alberto Lima

Celebrar a obra do roteirista, escritor e jornalista maranhense José Louzeiro. Essa é a proposta do curta-metragem José Louzeiro: Depois da Luta, dirigido pela cineasta Maria Thereza Soares. A obra, lançada no ano passado, com menções honrosas nos festivais Guarnicê de Cinema e Maranhão na Tela, será exibida no dia 13 de junho, às 18h, na Academia Maranhense de Letras (Rua da Paz, Centro). A sessão é gratuita e seguida de roda de conversa.

A proposta da exibição do filme é uma iniciativa do imortal, escritor e jornalista Félix Alberto Lima, que ocupa na Academia Maranhense de Letras, a cadeira nº 25, anteriormente ocupada por José Louzeiro que, faleceu no dia 29 de dezembro de 2017, no Rio de Janeiro.

Filme

Com 15 minutos de duração, o filme foi aprovado no II Edital do Audiovisual do Maranhão, concebido por meio de uma parceria entre Governo do Estado e Agência Nacional de Cinema (Ancine). O curta tem apoio da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão, Restaurante Thai – Cozinha Contemporânea e da TV Universitária (antiga TV UFMA). A proposta do curta-metragem é mostrar a contribuição de José Louzeiro no cinema brasileiro, são deles os roteiros de obras como Pixote _ A Lei do Mais Fraco, Lúcio Flávio – o passageiro da agonia, O Homem da Capa Preta, entre outras.

Rodado no Rio de Janeiro, cidade na qual Louzeiro vivia desde 1954, e em São Luís, o filme tem locações na Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, a casa onde Louzeiro viva e na Academia Maranhense de Letras. Depoimentos de cineastas como José Joffily, Sérgio Rezende e Jorge Duran foram colhidos para a obra.

Segundo a cineasta Maria Thereza Soares a opção por explorar no documentário a atuação de José Louzeiro como roteirista foi justamente para valorizar essa faceta do maranhense.

“Eu conheci José Louzeiro quando decidi que estudaria cinema. Foi um dos meus primeiros professores. Fiz um pequeno curso, aqui em São Luís, justamente de roteiro, antes de ingressar na graduação de cinema. Nós temos um vasto material de gravação, mas José Louzeiro já é conhecido como jornalista, como escritor e esse lado dele – o de roteirista,- o rosto de quem está por trás das câmeras quase nunca é visto e traz um legado importantíssimo para o cinema nacional e necessitava fortemente ser destacado, por isso fizemos um recorte dentro de sua imensa obra”, destaca.

Pesquisa

Pesquisa

Inicialmente, o projeto de retratar a obra de José Louzeiro seria um livro. A pesquisa teve início em 2013, pela jornalista Bruna Castelo Branco que assina o argumento e pesquisa do filme.

A ideia surgiu após fazer uma entrevista com ele sobre o lançamento do livro “Lições de amor” (2012), sobre a educadora maranhense Maria Freitas. “O Louzeiro era um escritor diferenciado, a obra dele era de uma precisão para expor os problemas sociais. O olhar que ele lançava para as pessoas que são consideradas invisíveis socialmente é de um simbolismo imenso. Acho que a obra dele é fundamental e atual diante de um país com tanta intolerância”, lembrou Bruna Castelo Branco que desenvolve atualmente outras pesquisas sobre o processo de criação da obra Pixote no mestrado em Cultura e Sociedade, da Universidade Federal do Maranhão.

Trajetória

Falecido no dia 29 de dezembro de 2017, aos 85 anos de idade, o maranhense José Louzeiro tem uma trajetória de vida e profissional marcante. De menino pobre, morador do bairro Camboa, em São Luís, conseguiu imprimir seu nome no jornalismo, na literatura e no cinema nacional. Louzeiro começou a carreira com a imprensa ainda muito jovem, passou pelas redações de O Imparcial e O Combate até transferir-se para o Rio de Janeiro, em 1954, quando atuou em diversos jornais e revistas, sempre com um olhar voltado para as injustiças sociais e para pessoas marginalizadas socialmente.

Autor de mais de 40 livros, nos segmentos infanto-juvenil, biografias e romance-reportagens, gênero do qual é pioneiro no Brasil, aos 84 anos, José Louzeiro ainda colabora esporadicamente com artigos em jornais e sonha com alguns livros ainda transformados em filmes como “Aracelli, meu amor”, sobre o caso da menina Aracelli Crespo, assassinada, aos 8 anos de idade, em Vitória (ES), no dia 18 de maio de 1973. A morte da menina foi contada no romance-reportagem, censurado no dia do lançamento, por falar de forma clara que os culpados pela morte eram pessoas da alta sociedade da capital do Espírito Santo. Hoje a data da morte da garota Aracelli é lembrada como o Dia Nacional de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, graças também ao trabalho incansável de Louzeiro em denunciar o crime.

Serviço

O quê: Exibição do documentário José Louzeiro – Depois da Luta

Quando: Dia 13 de junho (quinta-feira), às 18h

Onde: Academia Maranhense de Letras

Sessão gratuita

Classificação indicativa: 10 anos

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