Você já ouviu falar da bactéria H. pylori?

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Mais da metade da população mundial convive com esse “inimigo invisível” capaz de provocar sérios danos à saúde, diz OMS

Pouca gente conhece, mas muita gente convive com a bactéria que tem despertado a atenção das autoridades mundiais de saúde. Estamos falando da bactéria Helicobacter pylori, que vive no estômago, fixada à superfície da mucosa gástrica, como explica a médica gastroenterologista Dylma Cotrim, do Hapvida Saúde.

Também conhecida como H. pylori, a bactéria consegue viver no ambiente ácido do estômago por causa da capacidade que ela tem de transformar ureia do suco gástrico em amônia e gás carbônico, assim, obtém energia suficiente para se manter em atividade.

“Essa infecção, em geral, é contraída nos primeiros anos de vida e persiste por muito tempo, a não ser que seja tratada. É mais comum em pessoas de idade mais avançada, especialmente, nas que passaram a infância em condições socioeconômicas insatisfatórias”, revela a especialista.

Câncer

Estimativas da OMS dão conta que mais da metade da população mundial convive com a H. pylori, mas a maioria nem apresenta sintomas. A bactéria é responsável pelo surgimento de três doenças gastrointestinais: úlceras gástricas e duodenais, câncer de estômago e linfoma do tipo MALT, doença maligna que afeta cerca de um paciente para cada 10 mil infectados.

“Quando tratada a infecção, cerca de 80% das úlceras gástricas e duodenais que não tenham sido provocadas pelo uso de anti-inflamatórios são curadas. O agravamento se dá quando surge um processo inflamatório na mucosa gástrica, provocando, assim, o surgimento de câncer de estômago”, alerta Dylma Cotrim.

O linfoma de estômago do tipo MALT, quando ainda está localizado, ou seja, não espalhado para outras partes do organismo, tem regressão diante de um tratamento com antibióticos para curar a infecção pela bactéria.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico pode se dar com exame de sangue, com a detecção de gás carbônico marcado com isótopos radioativos na expiração, com exame de fezes ou por meio de uma endoscopia, que colhe fragmentos da mucosa gástrica para análise.

Já o tratamento é, em geral, mais simples do que se imagina. “Ele é feito com a combinação de três ou quatro medicamentos administrados durante 7 a 14 dias, conforme o caso. Em geral, os índices de cura da infecção ultrapassam 90%”, ressalta a médica.

A gastroenterologista também recomenda cuidados frequentes com a escolha dos alimentos e a forma como eles são preparados, uma vez que a principal fonte de infecção da bactéria é pela ingestão de água e comida contaminadas.

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