Nesta terça-feira, o diretor de marketing do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, confirmou o patrocínio máster de R$ 25 milhões da Caixa Econômica Federal, que clube receberá em quatro parcelas de R$ 6,25 milhões. A primeira será paga ainda essa semana e servirá para manter os salários em dia de funcionários e jogadores. A segunda cai na conta em setembro. A terceira em janeiro de 2014 e a última apenas em abril. O recurso também servirá para o pagamento das dívidas necessárias para a manutenção das certidões negativas que viabilizaram o novo patrocinador público. É sabido e não escondido que há ingerência do dinheiro público no Brasil. Desde corrupções ativa e passiva, até os pequenos desvios de verbas em faturamentos em cima de notas frias fazem parte da nossa rotina. E o máximo que temos a capacidade de fazer é nos lamentar de braços cruzados em frente a um descaso como este.
Em 2012, a população brasileira pagou R$ 1,5 trilhão em impostos, mas o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu somente 0,9%. O grande problema, de acordo com o deputado, foi à falta de investimentos na infraestrutura do Brasil. O Orçamento do ano passado previa R$ 115 bilhões para serem investidos no país. Entretanto, apenas R$ 50 bilhões foram efetivamente desembolsados. Segundo relatório do Tesouro Nacional, o Ministério dos Transportes, detentor de grande parte das obras de infraestrutura, teve seu investimento encolhido em R$ 4,3 bilhões em 2012 em relação a 2011.
De acordo com o responsável pelo marketing da Caixa, Clauir Luis Santos, o contrato de patrocínio do Flamengo com o Banco é idêntico ao do Corinthians apenas em duração (12 meses renováveis por mais 12), pois em valor o Timão recebe R$ 5 milhões a mais. Com os R$ 45 milhões dados aos dois clubes, daria para construir 1800 casas populares, que é a real função da Caixa. Para os torcedores fanáticos destas duas torcidas a quantidade pode parecer pouca, mas que para quem moral de aluguel é muito.
Hoje, o Timão arrecada R$ 74 milhões por ano com anúncios em seu uniforme. São R$ 30 milhões do patrocinador máster, a Caixa Econômica Federal; R$ 30 milhões do contrato com a Nike, fornecedora de material esportivo; R$ 12 milhões da Fisk, curso de idiomas que estampa sua marca nos ombros; e R$ 2 milhões da empresa de telefonia Tim, que ocupa o número da camisa.
Dois desses patrocinadores também estão no Flamengo. A Caixa, cujo contrato foi aprovado na noite dessa terça pelo conselho deliberativo, pagará R$ 25 milhões por ano para ser o anunciante principal – estampando sua marca no peito, no ombro direito e na parte frontal do calção. Já a Tim, que também está no número da camisa rubro-negra, paga R$ 2,5 milhões. Há ainda o contrato com a Peugeot, no valor de R$ 10 milhões. A maior fatia, no entanto, é da Adidas, parceira que aplicará R$ 35,6 milhões anuais. Segundo o vice de marketing do Flamengo, o clube ainda tem mais uma propriedade para negociar: o espaço das mangas.
Acho que sem o dinheiro da Caixa estes dois clubes poderiam muito bem se sustentar e se a estatal quisesse realmente investir em esporte deveria patrocinar o esporte amador, pois o futebol é uma atividade privada com fins lucrativos.