Renan Bezerra de Melo era responsável por ponte que caiu entre Tocantins e Maranhão; outros três servidores devem ser suspensos
O ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), determinou nesta sexta-feira (17) o afastamento de Renan Bezerra de Melo Pereira, superintendente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em Tocantins. O gestor era o responsável direto pela ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que ligava Tocantins e Maranhão, que caiu no dia 22 de dezembro, de acordo com o Ministério dos Transportes. A decisão foi tomada em meio à apuração que investiga a queda da construção.
O afastamento determinado pelo ministro será pelo prazo de 60 dias, prorrogável por igual período.
“O afastamento preventivo será realizado sem prejuízo da remuneração do servidor, assegurando-lhe o contraditório diferido em face da urgência da medida”, diz o despacho de Renan Filho.
O superintendente deverá permanecer à disposição do Dnit durante o período de afastamento, informando endereço, telefone e outros meios de contato para eventual convocação pelo órgão.
O ministério informou que outros três servidores lotados no Dnit em Tocantins serão afastados. A determinação deve ser publicada ainda nesta sexta-feira, de acordo com a pasta.
A CNN mostrou no início de janeiro que o Dnit determinou que suas superintendências regionais realizassem uma força-tarefa para inspecionar pontes e viadutos sob risco de colapso pelo país.
“O objetivo principal da realização destas inspeções visa especialmente identificar as estruturas que apresentam potenciais riscos de colapsos e que necessitam de intervenção imediata por parte deste Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes”, diz um dos ofícios.
As superintendências deverão enviar relatório ao Dnit até o fim de fevereiro.
Quase um mês após a queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga o Maranhão ao Tocantins, os acessos para a travessia das balsas que farão o transporte entre os dois estados começaram a ser construídos. A obra está sendo executada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
O acesso é uma das exigências da Marinha do Brasil para que o serviço de travessia por balsas no rio Tocantins, ligando as cidades de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), seja realizado com segurança.
Na sexta-feira (10), foi publicado no Diário Oficial da União a contratação da empresa que será responsável por fazer a travessia de forma gratuita. O valor do contrato com o DNIT foi de R$ 6,4 milhões. A empresa contratada foi a PIPES Empreendimentos LTDA, que já opera em algumas regiões do Tocantins.
Até o momento, 14 das 17 vítimas do desabamento tiveram seus corpos resgatados pela Marinha do Brasil e três pessoas seguem desaparecidas. Nesta sexta-feira (17), será feita uma reavaliação se as buscas pelos desaparecidos, com o auxílio de mergulhadores, serão retomadas.
Os desaparecidos são Salmon Alves Santos, de 65 anos e Felipe Giuvannuci Ribeiro, 10 anos que são, respectivamente, avô e neto. Além deles, o maranhense Gessimar Ferreira da Costa, de 38 anos também está entre os desaparecidos.
As buscas com mergulhadores foram interrompidas no dia 10 de janeiro, devido a necessidade de abertura das comportas e vazão da água feita pela Usina Hidrelétrica Estreito. As comportas vinham acumulando um alto volume de água por conta da chuva que tem sido registrada na região.