Testes de Laboratório ganham espaço na prevenção e luta contra a doença
O Alzheimer, forma mais comum de demência, atinge milhões de pessoas no mundo e é uma das principais causas de dependência em idosos. Apesar de ser mais associado à terceira idade, sua prevenção deve começar muito antes dos primeiros sinais clínicos.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de casos continua a aumentar em ritmo alarmante, destacando a necessidade urgente de conscientização e ações preventivas.
Avanços na ciência estão permitindo que testes laboratoriais apontem propensões ao desenvolvimento da doença, mesmo em indivíduos sem qualquer sintoma. A detecção precoce pode mudar o curso da condição, oferecendo melhores perspectivas de qualidade de vida.
A Importância de Diagnosticar o Alzheimer Precocemente
A doença de Alzheimer é progressiva e afeta, inicialmente, a memória recente, avançando para outras funções cognitivas e, por fim, comprometendo a capacidade de realizar atividades diárias. Embora não haja cura, tratamentos disponíveis são mais eficazes quando iniciados nas fases iniciais da doença, retardando sua progressão e ajudando na preservação das funções cerebrais.
Neurologistas orientam que o diagnóstico precoce permite o planejamento de intervenções médicas, psicológicas e sociais que melhoram significativamente a vida do paciente e de sua família.
Testes de Laboratório na Prevenção do Alzheimer
O avanço da tecnologia médica possibilitou a realização de exames laboratoriais capazes de identificar marcadores biológicos associados ao Alzheimer. Estes testes são realizados com sangue, líquor (líquido cefalorraquidiano) ou saliva e podem ajudar a detectar sinais de risco antes mesmo do aparecimento de sintomas.
Em São Luís, as pessoas podem contar com o Laboratório Lacmar para a realização desses testes, que levam em média 20 a 30 dias, e que são os seguintes:
Análise de Biomarcadores no Sangue: Exames de sangue conseguem medir níveis de proteínas como o peptídeo Beta-Amiloide (Ab-42), Tau Total (T-Tau) ou Tau Fosforilada (P-Tau), que se acumulam no cérebro e estão diretamente associadas à doença. Altos níveis dessas proteínas são indicativos de maior risco e podem ser detectados antes mesmo de algum sinal de demência.
Testes Genéticos: O exame genético identifica variantes no gene APOE, especialmente o alelo APOE ε4, conhecido por aumentar o risco de Alzheimer. Contudo, é importante considerar que o gene é um fator de predisposição e não uma sentença definitiva.
Para Quem os Testes são Indicados?
Os testes de detecção precoce não são recomendados para a população geral, mas sim para pessoas com histórico familiar da doença, que apresentem fatores de risco ou que desejem planejar sua saúde de forma preventiva. O acompanhamento de um neurologista ou médico geneticista é indispensável para interpretar os resultados e decidir os passos seguintes.
A detecção precoce vai além do diagnóstico. Estudos mostram que a adoção de hábitos saudáveis, como alimentação balanceada, prática de exercícios físicos e estímulos cognitivos, pode ajudar a retardar o aparecimento da doença, especialmente em pessoas que sabem estar em grupos de risco.
A ciência avança, e a luta contra o Alzheimer, embora complexa, encontra na prevenção um aliado poderoso. Investir na detecção precoce do Alzheimer é investir em qualidade de vida e dignidade para o envelhecimento.
Embora os testes laboratoriais ainda não estejam amplamente disponíveis no sistema público de saúde, seu uso preventivo já sinaliza uma revolução na forma como a sociedade enfrenta as doenças neurodegenerativas. Afinal, prevenir é sempre o melhor remédio.