Resgate de vítimas da queda de ponte e retirada de materiais do Rio Tocantins serão interrompidos com aumento da vazão da Usina Hidrelétrica de Estreito

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Desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek deixou saldo trágico de mortes (Foto: Luiz Henrique Machado/Corpo de Bombeiros)

A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) realizou, nesta quinta-feira, 9 de janeiro, a 4ª Reunião da Sala de Crise sobre Acidente em Ponte do Rio Tocantins na BR-226, que foi transmitida por meio do canal da ANA no YouTube. O encontro buscou compartilhar e nivelar informações sobre a atuação dos diversos órgãos no gerenciamento das medidas preventivas e riscos existentes causados após o desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira (BR-226). Além disso, o espaço visa a subsidiar a tomada de decisões referentes à redução de riscos e impactos sobre usos múltiplos da água na região.

Além da ANA, participaram do encontro representantes de diversas instituições envolvidas, entre elas, Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS); Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA); Serviço Geológico do Brasil (SGB); Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN); Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA); Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais do Maranhão (SEMA/MA); dentre outros atores.

Durante a 4ª Reunião, o diretor interino da ANA Marcelo Medeiros destacou o papel da Agência, reforçando o escopo de competência e atuação da instituição, cujo foco está no monitoramento da qualidade da água. Neste sentido, ele ressaltou a ação conjunta com a SEMA/MA, que juntos têm realizado o monitoramento com sonda multiparamêtrica, instrumento cuja versatilidade permite medir vários parâmetros da qualidade da água em um único dispositivo.

Ainda durante a Sala de Crise, foi informado que o monitoramento que vem acontecendo desde 24 de dezembro não mostra alteração dos parâmetros básicos e dos níveis de pesticidas no rio Tocantins. Especialmente para a análise de acetomiprido, foram encaminhadas amostras para ao laboratório de Goiânia (GO), parceiro do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), cujos limites de detecção são inferiores àqueles apontados pelos laboratórios da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB)e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA).

A ANA enviou um especialista para a região desde a última quinta-feira (2) para fazer coletas diárias em três pontos (P 1, P3 e P4/5), junto com a SEMA e o Serviço Geológico do Brasil (SGB). A partir de domingo, 12 de janeiro, o SGB seguirá acompanhando a qualidade da água, porém o monitoramento não será mais diário.  As coletas para pesticida serão realizadas três vezes por semana e diariamente para os parâmetros básicos, incluindo a medição de vazão.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) informou na reunião que há um plano de remoção dos veículos submersos – dois caminhões com ácido sulfúrico de empresas transportadoras diferentes, e um caminhão de pesticidas, além dos demais veículos de pequeno porte – cuja operação será realizada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). A autarquia ficou de enviar um plano de resposta ao IBAMA nesta sexta-feira (10), com informações sobre a ação.

Os representantes do Ministério da Saúde e de Vigilância Sanitária apontaram que não houve alterações dos padrões epidemiológicos ou ocorrência de agravos nas comunidades ribeirinhas e nas populações indígenas.

A equipe do SGB informou que está em campo desde 26 de dezembro de 2024 medindo as vazões e coletando as amostras em três pontos (P1, 3 e 4/5). Atualmente as vazões estão abaixo da média, mas está aumentando em decorrência das últimas chuvas.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou a situação atual das usinas da bacia. Desde o acidente, a usina hidrelétrica (UHE) Estreito, que fica a montante (rio acima), vem operando para minimizar as vazões defluentes no período diurno e consequente aumento no noturno. A Cota máxima para a UHE Estreito é de 154,5m, para minimizar o impacto das chuvas nesta época do ano. Mas, atualmente, a cota está em 155,16m. A partir desta sexta-feira (10), passará a operar com 4700 m3/s (vazões médias diárias), aumentando gradualmente nos dias subsequentes até chegar a operar com 7400 m3/s (vazões médias diárias) entre os dias 13 e 17 de janeiro. Com isso, é esperado que, a partir de sábado (11), haja queda do volume de armazenamento.

Como a operação para o mergulho é mais segura com vazões da ordem de  1000 m3/s, com as previsões de vazões mais altas para a próxima semana, não será possível, neste período, a realização de mergulhos, tanto para o resgate de pessoas como para a retirada de material.

Na próxima quinta-feira, 16 de janeiro, a partir das 15h, acontecerá a 5ª Reunião da Sala de Crise para acompanhamento da situação, atualização de informações, como aquelas relacionadas ao monitoramento da qualidade de água, à operação das usinas hidrelétricas do rio Tocantins, previsões meteorológicas, entre outros temas.

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