Brasília (06/01/2025) – O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) atua em conjunto com a Marinha do Brasil, com a Agência Nacional das Águas (ANA) e com as empresas transportadoras e de resposta à emergência nos trabalhos para retirada dos produtos perigosos que caíram no rio Tocantins, em 22 de dezembro do ano passado, durante o desabamento de parte da ponte Juscelino Kubitschek, que liga o Tocantins ao Maranhão. O órgão informou que mergulhadores constataram duas fissuras no tanque de um dos três caminhões que caíram no Rio Tocantins após o colapso da estrutura.
As empresas responsáveis pelos caminhões transportadores que caíram com a ponte, bem como o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit), foram notificados a apresentar Planos de Atendimento à Emergência (PAEs) para atuação e resposta quanto aos caminhões que estão no fundo do rio.
Informações preliminares dos mergulhos
Durante essas ações, o Instituto foi informado de um possível vazamento da carga de ácido sulfúrico do caminhão da empresa Pira-Química, por meio do Comando do Incidente (Marinha do Brasil) e da equipe de mergulhadores contratada pela Pira-Química, conforme verificado durante mergulho em 1º de janeiro. Na ocasião, foi levantada a hipótese de que o tanque desse caminhão poderia ter implodido na queda. Na última sexta-feira (3), novo mergulho foi realizado, com a confirmação de duas fissuras no tanque, que continha 23 mil litros do produto perigoso, segundo informações da empresa.
Um relatório oficial com as informações obtidas a partir dos mergulhos foi solicitado pelo Ibama à Pira-Química, cuja previsão de entrega é para esta quinta-feira (9).
A empresa Videira, responsável pelo segundo caminhão carregado de ácido sulfúrico, relatou que o veículo estava com 40 mil litros do produto. Conforme informações repassadas pelo Comando da Marinha, após análise visual, o tanque, aparentemente, está intacto. O Ibama solicitou que a empresa faça o monitoramento do tanque e apresente a análise de riscos para retirada do caminhão.
A empresa Suminoto, responsável pelo terceiro caminhão, que carregava agrotóxicos, contratou empresa para a retirada das bombonas carregadas com os produtos químicos que estão no fundo do rio. O mergulho de reconhecimento do local está previsto para esta segunda-feira (6).
Impacto ambiental no rio Tocantins
As análises da qualidade da água do rio Tocantins estão sendo realizadas pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema/Maranhão), em conjunto com a ANA. Até o momento, os parâmetros avaliados estão dentro da normalidade para água doce. Desde a queda da ponte, não foi constatado impacto à fauna local.
É importante esclarecer que a prioridade do Comando do Incidente foi, até agora, pela busca das vítimas humanas. Os trabalhos de retirada das cargas, assim como a possibilidade de mergulho por profissionais contratados pelas empresas para avaliar as cargas dos caminhões no fundo do rio, só foram realizados após autorização do Comando.
Servidores do Ibama no Maranhão e no Tocantins, bem como do Centro Nacional de Emergências Ambientais e Climáticas (Ceneac) da autarquia, seguem no local para acompanhar as ações de resposta à emergência, em atuação conjunta com o Comando da Marinha do Brasil, com as empresas transportadoras de produtos perigosos afetadas pela queda da ponte JK e com a população, no que for necessário.
O Instituto reforça sua solidariedade com as famílias das vítimas e com todos os envolvidos e reitera seu compromisso na defesa ambiental e na mitigação dos impactos à biodiversidade.