Ninguém questiona a importância e a relevância da pauta de gênero ainda nos tempos atuais, especialmente, porque, diariamente, mulheres são vítimas de todos os tipos de violência, tanto na sociedade quanto em suas próprias residências. Acontece que a banalização dessa pauta apenas enfraquece uma luta histórica e necessária para que as mulheres tenham e ocupem mais espaços de poder. Iracema Vale vem utilizando a estrutura do Complexo de Comunicação da Assembleia como se fosse sua assessoria de comunicação por meio dos blogueiros que recebem “patrocínio” da casa do povo.
A tropa de choque do governador Carlos Brandão, com discurso da deputada estadual Ana do Gás (PCdoB) e aparteada por outros “governistas” tentou, ontem, desvirtuar a eleição da Assembleia e o questionamento jurídico e constitucional do critério de desempate utilizado, feito através de ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) perante o Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que a propositura da ação se trata de violência de gênero pelo simples fato da atual presidente e candidata à reeleição ser mulher.
Quem acompanhou os trabalhos da Casa legislativa estadual naquele dia e quem leu a petição protocolada pelo Solidariedade constata que não houve qualquer menção ao critério de gênero, qualquer insinuação que seja a uma exclusão da atual presidente em razão do seu sexo.
A discussão travada na ADI limita-se a questionar a constitucionalidade do critério de desempate utilizado pela Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão na eleição da Mesa Diretora para o próximo biênio. Foi exatamente isso o que esclareceu o deputado Carlos Lula (PSB) em um lúcido aparte a Ana do Gás.
“Não é a figura feminina que está sendo atacada. A eleição da mesa diretora é uma disputa. Levar as coisas à Justiça está dentro do que é permitido na política”, disse Carlos Lula.
Como falar em violência política de gênero quando a própria candidata é suposta vítima nessa narrativa é quem está sentada na cadeira de presidente da Casa, com toda a máquina a seu favor, tendo ainda como “força externa” o chefe do Poder Executivo, juntamente com seu irmão, Marcus Brandão, e demais familiares, operando em seu auxílio?
O que faltou mesmo foi competência para a atual presidente, que estava sentada na cadeira e não conseguiu votos suficientes para se reeleger, pois ficou provado que, pelo menos, metade de seus pares reprovam a sua gestão. E isso independe da questão de gênero.
Incabível essa vitimização e esse discurso meramente apelativo. Muito mais importante nesse momento seria discutir a independência do Parlamento e a liberdade de voto de cada um dos parlamentares, para que pudessem escolher livremente os representantes, ficando todos imunes a forças externas como a do Poder Executivo Estadual que operou na eleição do primeiro biênio dessa legislatura para arrancar os votos que já estavam declarados ao então Presidente Deputado Othelino Neto.
Na verdade, a deputada Iracema nem de longe representa a mulher em debates sobre questões de gênero. Logo no início de sua gestão, na claríssima intenção de perseguir o Deputado Othelino Neto, impossibilitou a rematrícula na creche Sementinha de filhos e filhas de funcionários que haviam perdido o vínculo com a Assembleia, prejudicando crianças e mulheres que, por ventura, tivessem alguma ligação com o parlamentar. Muitas delas mães solteiras e desprotegidas, mas a presidente mudou as regras da Casa, para atingir essas pessoas e esses inocentes por questões políticas.
Relembre aqui a maldade gratuita realizada por Iracema:
Agora lascou! Presidente Iracema Vale quer expulsar alunos da creche “Sementinha”
Fonte: Blogue da Silvia Tereza