Ministério Público pede anulação de contrato de concurso público em Caxias (MA)

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Um contrato, no valor de R$ 2,4 milhões, para realização de concurso público pela Prefeitura de Caxias, sem estudo prévio sobre o número necessário de cargos, motivou o Ministério Público do Maranhão (MPMA) a ajuizar, em 1⁰ de outubro, Ação Civil Pública, pedindo a suspensão, em caráter liminar, do certame, cujas provas objetivas estão previstas para o dia 24 de novembro.

Na manifestação, formulada pelo titular da 1ª Promotoria de Justiça da comarca, Francisco de Assis da Silva Júnior, são citados o Município de Caxias, administrado pelo prefeito Fábio Gentil, e o Instituto Legatus.

O instituto foi contratado por meio dispensa de licitação, para organizar e realizar o concurso público de provas e títulos para cargos efetivos e formação de cadastro de reserva nas áreas administrativa, controle e da Procuradoria-Geral do Município. Segundo o MPMA, o concurso foi lançado sem preocupação com a administração pública.

“O gestor do Município vem usando a máquina para fins políticos eleitoreiros. Antecipou o lançamento do concurso para obter capital político, sem mencionar que não há estudo de gestão sobre a quantidade de vagas realmente necessárias. Além disto, existem vários processos visando a acabar com o uso de contratos irregulares para fins eleitoreiros”, relatou o promotor de justiça, na Ação.

IRREGULARIDADES

Mesmo na fase inicial das apurações, o MPMA verificou diversas irregularidades, o que demonstrou a ansiedade pela obtenção de capital político com o lançamento do concurso.

O edital do certame citaque os serviços devem ser realizados sem ônus para o erário, mas o contrato prevê o pagamento de R$ 2,4 milhões com recursos do orçamento. A fiscal do contrato designada é auxiliar de biblioteca, que não possui atribuições para licitações e contratos, formação compatível e qualificação atestada por certificação profissional.

Além disso, não há justificativa para o valor da contratação. O instituto deveria comprovar previamente que os preços estão em conformidade com os praticados em contratações de objetos semelhantes, por meio da apresentação de notas fiscais emitidas no período de até um ano anterior à data da contratação pela Prefeitura de Caxias. O dispositivo não foi observado.

Um parecer produzido pelo Núcleo de Assessoria Técnica Regionalizada Itinerante (Natar), da Assessoria Técnica da Procuradoria-Geral de Justiça (Asstec), concluiu que, na dispensa de licitação relativa à contratação do Instituto Legatus pelo Município de Caxias, requisitos foram ignorados ou feitos em desconformidade com a legislação. Entre eles, estão a falta de estimativa adequada da despesa, razão da escolha do instituto e ausência de justificativa detalhada para o preço contratado.

AÇÕES ANTERIORES

“Desde 2020, o MPMA tenta que o Município de Caxias demonstre de forma transparente a necessidade dos contratados, com o objetivo de possibilitar a realização de concurso, o que vem sendo adiado”, destacou Francisco Silva Júnior.

Em uma das Ações, o Ministério Público requer a condenação do Município a manter cadastro atual com nomes de todos os contratados de forma temporária, que possa ser consultado no Portal da Transparência.

“Permitir que se realize concurso na forma disposta será avalizar todas as irregularidades, como postergar ainda mais a solução de um problema que é estrutural”, argumenta o promotor de justiça. Ainda de acordo com ele, durante o tempo em que a ação tem tramitado não se vê esforço real de adequar as contratações à Constituição.

Quanto a outra ACP, foi deferida uma medida liminar para que o Município apresentasse todas as informações de gestão relativas aos servidores públicos. A determinação judicial nunca foi cumprida.

PEDIDOS

Além da suspensão imediata do concurso, o MPMA requer a anulação do processo de dispensa de licitação 03/2024, do contrato com a empresa Legatus e do concurso.

Entre os pedidos também estão a condenação do Município e do Instituto Legatus à devolução aos cofres públicos de todos os valores relacionados à contratação, além de pagamento de dano moral coletivo.

Outro pedido é que o Município de Caxias apresente plano de gestão de servidores públicos, contemplando a ocupação dos cargos públicos por meio de concurso público e a redução do número de contratados temporários, mantendo somente aqueles cuja necessidade, com base nos casos previstos em lei seja comprovada.

17 comentários para "Ministério Público pede anulação de contrato de concurso público em Caxias (MA)"


  1. GENESES ALVES

    E AS INSCRIÇÕES QUE FORAM PAGAS , E TEMPO QUE AGENTE ESTA SE DEDICANDO PARA ESTUDAR ,COMO FICA

  2. Ivonice Costa Velozo

    Boa noite, gostaria de saber se essas informações são verídicas,pois me escrevi no concurso,e agora surgiu a dúvida, concurso público em pleno ano eleitoral, é muito suspeito.

  3. João Batista Viveiros Cardoso

    Ué fiz minha inscrição para o cargo de professor para ensino fundamental I do 1° ao 5° ano. Aliás achei a inscrição muito caro R$140,00. E como faz pra fazer o rebolso do dinheiro que gente pagou?

  4. VERA

    E Não vi aí descrever sobre a devolução dos boletos já pagos

  5. Izau Santos de Araújo

    AQUI EM CAXIAS OS UNICOS EMPREGOS SAO ESSES CONTRATOS SE ACABAR O POVO VAI MORRER DE FOME, ENTAO A TAL JUSTIÇA DEVE TER ALGUMA ALTERNATIVA PARA OS MILHARES DE PAIS DE FAMÍLIA, PORQUE AQUI QUANDO TEM CONCURSO E 1 DE CAXIAS PARA 20OMIL DE FORA CONCORRÊNCIA DESLEIO, TANTA COISA ERRADA AQUE NINGUÉM VÊ JUSTICA PRA NADA OLHA ONDE VAO SE METER, ENTÃO A JUSTIÇA TEM APRESENTAR UMA ALTERNATIVA DE TRABALHO PARA AS PESSOAS OK.

  6. Maurilio

    Excelente exemplo de um promotor atuante

  7. Francisca Sousa

    Quero saber se vai haver o estorno para quem já pagou a inscrição

  8. Maysa

    Tb quero saber

  9. Silmara

    Espero que também nos devolva o dinheiro pago pelas inscrições, por sinal bem caro, paguei 140$ …

  10. Manoel de jesus

    Estamos aguardando prefeitura de Caxias se manifestar sobre o assunto, afinal são milhares de instituições com a esperança de um emprego público queremos uma explicação

  11. Johnjojn

    Certamente os contratos já acabaram… Após a política è assim… Vai todos pra cs, única coisa que ainda dá segurança è concursos…

  12. Ana Paula da Silva costa

    Bom dia, como fica o reembolso das inscrições??

  13. Joana

    Quero saber se vai haver o estorno para quem já pagou a inscrição

  14. Francisca

    Quando não existia concurso, como essas pessoas sobreviviam? É muita hipocrisia gente.Ah eu sei quando surgiram os primeiros concurso em Caxias e região.

  15. Roberto sousa

    E por que será que os contratados de Caxias não estudam para fazer a prova? O concurso é público, eles podem muito bem estudar e fazer o concurso!

  16. Maria Nazaré da cruz Silva

    Quero meu dinheiro de volta

  17. Tássia Kênia

    E o extorno do valor (absurdo) que paguei 140,00 R$, como fica? Quero meu dinheiro de volta.

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