O Brasil ocupa a sexta posição mundial em número de pessoas com diabetes. Especialista IDOMED destaca a importância da conscientização e do diagnóstico precoce
O Diabetes é uma das doenças crônicas mais prevalentes no Brasil. Segundo dados recentes do Departamento de Saúde Pública, o número de brasileiros com diabetes atingiu a marca de aproximadamente 20 milhões. Esta estimativa é baseada no último levantamento do Vigitel, que indicou uma prevalência de 10,2% de diagnóstico autorreferido de diabetes entre os habitantes das 27 capitais do país.
A Federação Internacional de Diabetes (IDF) corrobora com essa informação, apontando uma prevalência de 10,5% no Brasil. Dentre os tipos de diabetes, o Tipo 2 é o mais comum, representando 90% dos casos. Este tipo ocorre quando o corpo não utiliza adequadamente a insulina que produz, ou não a produz em quantidade suficiente, levando a um aumento da glicemia. Os principais fatores de risco incluem obesidade, dieta não saudável e falta de atividade física. O diabetes Tipo 2 é mais frequente em adultos, mas devido ao aumento da obesidade infantil, também tem sido diagnosticado em jovens.
O diabetes Tipo 1, que corresponde de 5 a 10% dos casos, é uma condição autoimune em que o sistema imunológico ataca as células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina. Este tipo geralmente se manifesta na infância ou adolescência e requer tratamento contínuo com insulina, além de dieta e exercício físico.
O Brasil ocupa a sexta posição mundial em número de pessoas com diabetes e a terceira em casos de diabetes Tipo 1, de acordo com a IDF. Esta condição é caracterizada pela hiperglicemia, ou elevação da glicose no sangue, que ocorre devido a problemas na secreção ou ação da insulina.
A endocrinologista e docente do Instituto de Educação Médica (IDOMED), Dhiãnah Santini, destaca a importância da conscientização e do diagnóstico precoce: “Como o diabetes tipo 2 é uma doença silenciosa, os sintomas podem demorar anos para se manifestar. Campanhas de conscientização são essenciais para alertar sobre os fatores de risco e a necessidade de rastreamento. Diagnóstico e tratamento precoces são cruciais para prevenir complicações e reduzir a expectativa de vida. Todos os adultos acima de 45 anos devem fazer o rastreamento do diabetes, assim como jovens com fatores de risco, como sobrepeso, hipertensão, colesterol alto e histórico familiar de diabetes”.
A especialista, que também é diretora de educação e campanhas da Sociedade Brasileira de Diabetes, enfatizou os sinais de alerta para o diabetes: “No diabetes tipo 1, os sinais são cansaço extremo, perda de peso inexplicável, fome e sede intensas, urinar com frequência, visão embaçada e irritabilidade. No diabetes tipo 2, a progressão é mais lenta e os sintomas podem ser menos perceptíveis. Para o diagnóstico, exames como a curva glicêmica, glicemia de jejum e hemoglobina glicada são fundamentais”.