Uso indiscriminado de antibióticos poderá causar cerca de 10 milhões de mortes por ano até 2050, segundo pesquisa da ONU
Uma pesquisa da ONU concluiu que, até 2050, o uso indiscriminado de antibióticos poderá causar cerca de 10 milhões de mortes por ano. Os profissionais especialistas em saúde são unânimes em recomendar: toda medicação deve ser prescrita por um médico profissional.
A farmacêutica e docente do curso de Farmácia da Facimp Wyden, Talita Pinho, explica que os antibióticos são uma classe de medicamentos específicas para o controle de infecções causadas por bactérias. O problema é que, sem o diagnóstico médico adequado, muitas pessoas cometem o equívoco de usá-los em infecções virais. “Por isso a necessidade do diagnóstico de um profissional qualificado e uma prescrição adequada. Do contrário, quando a pessoa for precisar de fato do antibiótico, ele não será mais eficaz. Será necessário um remédio ainda mais forte, que poderá ocasionar problemas e reações para o paciente”, alerta.
Além disso, a utilização de antibióticos sem necessidade real pode causar ainda outros prejuízos ao organismo. Confira abaixo:
- Resistência Bacteriana: O uso excessivo e inadequado de antibióticos pode fazer com que o organismo desenvolva resistência às bactérias. Isso significa que elas serão menos sensíveis aos efeitos dos antibióticos, tornando os tratamentos pouco ou nada eficazes.
- Efeitos Colaterais e Reações Adversas: Medicamentos costumam ter efeitos colaterais, e os antibióticos não são exceção. Eles podem provocar desde reações leves, como náuseas e diarreia, até reações mais graves, como alergias e danos ao fígado.
- Desequilíbrio na Flora Intestinal: os antibióticos não apenas atacam as bactérias causadoras da infecção, mas também podem afetar as bactérias benéficas que compõem a flora intestinal. Se usados indiscriminadamente, antibióticos podem levar a problemas gastrointestinais, gerando quadros como diarreia ou até mesmo outras infecções.
Talita Pinho ressalta que a venda de antibióticos sem receita médica é inclusive proibida pela Resolução RDC 44, de 26 de outubro de 2010, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Todos os estabelecimentos farmacêuticos só podem fazer a venda de antibióticos mediante a prescrição de um profissional habilitado”, comenta.
