O Brasil é o quinto país com maior incidência de diabetes no mundo, com mais de 16 milhões de habitantes com a doença atualmente. A Federação Internacional de Diabetes (IDF) estima que, até 2030, 21,5 milhões de brasileiros sejam diagnosticados com a enfermidade.
Para alertar sobre o assunto e levar mais informação à população, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a IDF instituíram, em 1991, o Dia Mundial do Diabetes, lembrado, anualmente, em 14 de novembro. O intuito da iniciativa é reforçar a conscientização e, principalmente, orientar sobre prevenção, sintomas e cuidados necessários.
A nutricionista da Hapvida NotreDame Intermédica, Marília Araújo, explica que essa é uma doença crônica, que acontece quando o organismo deixa de produzir a insulina, hormônio responsável por levar a glicose para as células. A patologia, quando não controlada, pode levar a complicações no coração, nas artérias, nos olhos, nos rins e até no cérebro.
Cuidado além da alimentação
De acordo com a especialista, vários fatores podem desencadear a diabetes, como a alteração genética (tipo 1), uma alimentação desequilibrada e não saudável ou mesmo a idade avançada (tipo 2). “Para a diabetes tipo 1, que concentra 5% a 10% da incidência no país, não há prevenção. Mas, em relação ao tipo 2, 92% dos casos estão associados a erros alimentares, à obesidade, ao sobrepeso e à falta de atividade física”, afirma.
Os cuidados na prevenção e no controle da doença são multidisciplinares, indo além de evitar o alto consumo de açúcar. A manutenção de uma rotina saudável, com a realização de atividade física regular, ajuda a evitar o sedentarismo, o sobrepeso e a obesidade, tidos como fatores de risco. Além disso, sugere-se seguir as orientações do Guia Alimentar para a População Brasileira, que propõe a ingestão de alimentos in natura, não processados nem ultraprocessados, com o consumo de grande quantidade de frutas, verduras, legumes e vegetais.
Marília ressalta a importância de um estilo de vida equilibrado, com foco em manter o peso ideal. A nutricionista recomenda evitar o abuso de bebida alcoólica e de tabaco e orienta que, principalmente após o diagnóstico, a alimentação seja saudável e rica em nutrientes.
“O prato ideal para a pessoa com diabetes deve ser metade carboidrato (verduras, vegetais, folhas, leguminosas e arroz), 30% de gordura e 20% de proteína, tudo com moderação. Nada é terminantemente proibido para diabético, mas é preciso cautela. Esse paciente precisa também evitar ficar muitas horas em jejum e, caso faça jejum intermitente, tal prática precisa ser devidamente orientada por um profissional. O ideal é fazer de cinco a seis refeições diárias e consumir dois gramas por dia de sal”, finaliza.