Para parlamentar, o teste, que serve como porta de entrada para o ensino superior de milhões de jovens, revelou-se impregnado de preconceitos ideológicos dos organizadores
O deputado Yglésio Moyses (PSB) criticou, na sessão desta terça-feira (7), o conteúdo da primeira prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2023, aplicada no domingo (5) para estudantes de todo o Brasil. Para parlamentar, a prova, que serve como porta de entrada para o ensino superior de milhões de jovens, revelou-se impregnado de preconceitos ideológicos dos organizadores.
“O PT voltou! O Enem voltou! O Enem, com vazamento de provas, às 13h30 voltou! O Enem, sem nenhum tipo de elucidação do vazamento pela Polícia Federal, voltou! O Enem que coloca, que masculino e feminino, na questão 30, ‘são campos escorregadios, que só se definem por oposição’ e que coloca como resposta, que ‘o sexo, é uma construção imaginária, cristalizada na sociedade’, voltou!”, afirmou.
E complementou: “O PT, o Brasil da questão 49, que culpa os presidentes anteriores, que faz política, dizendo que ‘a responsabilidade dos governantes assegura a saúde dos povos’. Tem questão para falar mal de Bolsonaro, a 49. A 70, vem dizendo que ‘as alternativas logísticas, são instrumentos que ativam os mercados especuladores, o problema central é apropriação de terras devolutas’”, observou o deputado Yglésio.
Analisando detalhadamente a primeira prova do Enem, o parlamentar disse que até mesmo a última questão do teste tinha um viés contrário ao agronegócio. “O agro, que responde por quase 30% do PIB do Brasil”, ressaltou.
E seguiu com sua análise das questões da prova: “‘O Cerrado, o conhecimento local está cada vez mais subordinado à lógica do agronegócio, o capital impõe conhecimentos biotecnológicos, além do mais, fatores negativos, mecanização pesada, pragatização dos seres humanos e não humanos, violência simbólica’. A resposta, letra A, ‘isso representa o cerco aos camponeses’. Agro maldito, isso aqui foi grifo meu, ‘inviabilizando a manutenção de condições de vida’”, assinalou o parlamentar.
Em sua análise, Yglésio enfatizou que a esquerda quer acabar com os setores produtivos: “Pobre camponês que o agro não emprega, pobre camponês que não recebe o Bolsa Família que o agro gera no país. Então, colocar isso aqui numa prova do Enem é uma vergonha. Isso aqui não é prova, isso aqui é ideologização pré-universitária”, concluiu o deputado.