Doença de Alzheimer: como lidar com algo tão complexo?

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“Como é o nome daquele rapaz que vive naquela cidade que costumávamos visitar quando éramos crianças? Qual é o nome da cidade mesmo?” perguntou a avó numa reunião familiar, enquanto acrescentava: “Nossa, o almoço está demorando!”, sem perceber que ela já tinha comido há tão pouco tempo. Essas situações são comuns para quem enfrenta o Alzheimer, uma doença cujo principal sintoma é a perda de memória. Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 100 mil novos casos são diagnosticados por ano no Brasil.

É sempre relevante alertar a população sobre os sintomas e fornecer informações úteis para os cuidadores que lidam com essa doença neurodegenerativa progressiva, conforme explicado pela professora da Faculdade de Medicina de Açailândia (IDOMED Fameac), Rayssa Gabrielle Castro Bueno. “A doença costuma ter um início lento, mas vai se agravando ao longo do tempo, geralmente após 20 anos dos primeiros sintomas”, acrescenta a especialista.

Origem do Alzheimer

Rayssa explica que o Alzheimer surge devido ao acúmulo de proteínas anômalas na superfície dos neurônios, prejudicando sua atividade e levando à morte de alguns deles. Daí o nome “doença neurodegenerativa”. Infelizmente, a causa desse acúmulo ainda não está completamente esclarecida, mas sabe-se que a exposição a fatores ambientais e inflamatórios aumenta o risco de desenvolver a enfermidade.

Além disso, é importante destacar que o Alzheimer pode apresentar um fenômeno conhecido como “platô”, onde os sintomas começam a surgir, ficam estagnados ou diminuem por um período e, após muitos anos, podem ressurgir.

Sintomas

Os principais indícios do Alzheimer estão relacionados ao declínio cognitivo, desorientação visuoespacial e dificuldades no raciocínio lógico, como cometer erros em trocas de dinheiro, esquecer o próprio endereço, não lembrar a idade ou os nomes de familiares e ter dificuldade em se situar no tempo e espaço. Além disso, o paciente pode demonstrar irritabilidade e até agressividade, muitas vezes devido ao desconforto causado pelos sintomas.

“Ao se perceber os sintomas, é orientado, também, que o paciente busque um médico neurologista para que seja feito um acompanhamento. Posteriormente, serão feitos exames de imagem, de sangue e monitoramento do estado mental para verificar se existe um comprometimento cognitivo ou não”, ressalta Rayssa.

Os cuidados

A especialista enfatiza a importância de a família estar atenta ao cuidar de um familiar com Alzheimer, especialmente se a pessoa já estiver em um estágio avançado da doença. Nesses casos, é mais provável que os sintomas se manifestem com maior frequência do que em estágios iniciais. Portanto, não é aconselhável deixar o paciente sozinho ou permitir que saia de casa sem supervisão, a fim de evitar acidentes ou que ele se perca.

Além disso, é essencial que os familiares estejam próximos do paciente com Alzheimer para garantir que ele tome os medicamentos corretamente. Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) fornece os medicamentos necessários para o tratamento da doença.

Com o acompanhamento adequado, é possível avaliar a eficácia do tratamento, verificar se o paciente está respondendo bem ou se precisa de ajustes, controlar a progressão dos sintomas e, assim, proporcionar uma melhor qualidade de vida ao paciente, retardando o surgimento de sinais mais graves.

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