Dira Paes e Celso Borges são os homenageados da edição comemorativa dos 15 anos de Maranhão na Tela
O Festival contará com uma programação especialmente preparada para homenagear a atriz paraense e o poeta, diretor e roteirista maranhense
A tradicional homenagem realizada pelo Festival, ganhará enorme destaque nesta edição comemorativa, que acontecerá de 04 a 09 de setembro, patrocinada pelo Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e do MinC. Esta será uma oportunidade para o público conhecer a atriz de Belém do Pará, reconhecida e premiada nacional e internacionalmente, e para se sentir mais perto do multifacetado poeta ludovicense, também roteirista, produtor e diretor, que nos deixou em 23 de abril.
A homenagem nacional será no dia 05 de setembro e contará com uma masterclass realizada por Dira Paes e com a exibição especial do filme Pureza, num momento único no qual acontecerá o encontro da atriz com Dona Pureza Lopes Loyola e o diretor do filme, Renato Barbieri. A história da maranhense inspirou o filme sobre sua jornada de três anos atrás do filho mantido em cativeiro em uma fazenda na década de 1990 e seu combate ao trabalho em condições análogas à escravidão ajudou o Brasil a se tornar referência mundial, trazendo reconhecimento internacional para a ativista.
“A premiação do TIP HERO, conferido à Dona Pureza Lopes Loyola pela Secretaria de Estado dos Estados Unidos, é de relevância histórica, pois trata-se da única pessoa do Brasil a receber as duas maiores condecorações abolicionistas que conhecemos: o TIP HERO, em Washington, em 2023, e o ANTI-SLAVERY AWARD, conferido pela Anti Slavery International, em Londres, em 1997. É a coroação da luta incansável dessa nossa heroína cabocla em favor dos direitos à vida, vivida de forma impactante por Dira Paes no filme Pureza, como também fortalece sobremaneira a luta abolicionista no Brasil em todos os campos.”, comenta Renato Barbieri.
O dia do homenageado maranhense será 09 de setembro, quando acontecerá a estreia de Miguel Damus e José, dois longas-metragens inéditos, dirigidos por Celso Borges em parceria com Beto Matuck. A homenagem também terá a exibição do videoclipe da música São Luís – Havana, composta por Celso em parceria com a dupla Criolina, e do documentário Nenhuma das Respostas Anteriores, título homônimo ao livro lançado pelo poeta em 1996. O videoclipe e o documentário estão sendo especialmente produzidos para homenagem, numa parceria do Maranhão na Tela com o IEMA – Unidade Vocacional Escola de Cinema, em duas oficinas realizadas com a orientação de Lucas Sá e Jessica Lauane.
Andrea Oliveira, jornalista e escritora, mulher de Celso Borges, falou da homenagem. “Recebo essa homenagem do Maranhão na Tela 2023 ao poeta Celso Borges, amor da minha vida, como uma semente da alegria possível nesse momento. Posso sentir a presença dele em cada ação pensada, coisa de gente que ama e teve escuta para fazer tudo em sintonia com a sua alma livre. Que a fúria e a delicadeza de sua voz sejam alimento para novas possibilidades de criação, seja na literatura, na música, no cinema e principalmente na vida, a nossa vida real e cotidiana, que tanto precisa de poesia”, disse Andrea. A jornalista ainda acrescentou: “Poetas não morrem e Celso Borges vive em cada um de nós. Em nome do amor que nos une e deu frutos, da grande família dos Borges, Araújos e Oliveiras, dos que vieram antes e dos que chegaram depois, meu muito, muito obrigada!”.
Homenageados
Dira Paes – Atriz paraense, consagrada no cinema, na TV e no teatro. Ao longo de mais de três décadas de carreira, se popularizou por trabalhos no cinema como “2 Filhos de Francisco” e “Divino Amor”, entre outros. Recentemente teve grande destaque com o filme “Pureza”, de Renato Barbieri, que conta a história real de uma abolicionista contemporânea, a maranhense Pureza Lopes Loyola, nascida na cidade de Presidente Juscelino, e residente em Bacabal. Dira também aguarda sua estreia como diretora de cinema com o filme “Pasárgada”, em que também escreveu o roteiro e protagonizou a história.
No teatro foram oito espetáculos dirigidos por nomes consagrados como Amir Haddad em “O Avarento”, de Molière; na televisão somam-se 17 trabalhos, entre eles a novela de grande sucesso de audiência e crítica “Velho Chico” com a direção de Luiz Fernando Carvalho, “Verão 90” com direção de Jorge Fernando, e o mais recente sucesso da TV Globo, o remake da novela “Pantanal”, com a personagem Filó.
Dira Paes além de ser uma das atrizes mais premiadas e respeitadas de sua geração, frequentemente está envolvida em causas sociais, ambientais e é ativista pelos direitos humanos, sendo uma das dirigentes do Movimento Humanos Direitos.
Celso Borges – Poeta, jornalista e letrista, Celso Borges ou CB, como é conhecido, sempre foi um artista inquieto e antenado com seu tempo, transitando com muita naturalidade entre todas as gerações. Parceiro de Zeca Baleiro, Chico César, Assis Medeiros, Nosly e Criolina em várias músicas, estreou na literatura com a obra No Instante da Cidade (1983) e publicou 16 livros, dentre eles NRA (1996), XXI (2000), Música (2006) e O futuro tem o coração antigo (2010).
Desenvolveu projetos de poesia no palco: Poesia Dub, com Otávio Rodrigues; A Posição da Poesia é Oposição, com Christian Portela e Luiz Claudio Farias; e Sarau Cerol, com Beto Ehong. Tem poemas publicados em revistas de literatura, entre elas Coyote, Oroboro, Acrobata e Poesia Sempre. Foi curador da Feira do Livro de São Luís (FeliS) em 2013 e 2014. Ao lado de Beto Matuck, atuou como roteirista, diretor e montador nos documentários A Estrela e o Vagalume, O Futuro tem o Coração Antigo (filme experimental) e nos longas inéditos José (sobre o poeta Bandeira Tribuzi) e Damus (sobre o cantor Miguel Damus).