O dinheiro acabou? Pix faz cair volume de cédulas em circulação no Brasil

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Qual foi a última vez que você usou dinheiro físico? Entre 1994 e 2020, o valor em circulação deu um salto de R$6 bilhões para R$370 bilhões – um valor muito superior aos de hoje em dia, graças a uma nova forma de pagamento: o Pix, que tem sido o protagonista das transações financeiras no Brasil. De acordo com a Federação Brasileira de Bancos, atualmente, as transações realizadas em aplicativos de celular superam mais da metade do total de pagamentos realizados no Brasil, corresondendo a 67% do total de transações desse tipo. Afinal, moedas e cédulas se tornarão peças de museu? 

O coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Estácio São Luís, Reis Rocha, pondera tando as consequências positivas quanto as negativas desse mecanismo. “Ainda não podemos afirmar com segurança, mas o avanço das transações financeiras eletrônicas em detrimento do uso do dinheiro em papel pode ser benéfico para a economia. Apesar de parecer uma realidade distante, o Brasil já está dando seus primeiros passos em direção a isso e o Banco Central está empenhado em acelerar essa transformação digital. Mas um dos fatores que escoram a circulação de papel-moeda no Brasil é a informalidade. Há um número gigantesco de pessoas no país que exercem atividades econômicas de movimentação financeira baixa ou irregular”, explica.

Ou seja, para muitas delas, o dinheiro que chega em uma mão precisa ser gasto logo em seguida pela outra. Então, meios eletrônicos podem não ser viáveis nessas circunstâncias. Além disso, o professor destaca que a circulação do dinheiro físico também está atrelado às restrições geográficas. “Cidades pequenas, vilarejos ou bairros periféricos com pouco ou nenhum serviço bancário também favorecem a continuidade do uso do dinheiro em espécie. Para muita gente que faz parte dessa turma, dinheiro vivo é dinheiro recebido ou pago na hora”, afirma. 

Mas o uso diário do Pix oferece diversas vantagens tanto para quem envia, quanto para quem recebe. Em relação às vendas, por exemplo, o tempo se torna valioso. “Esse mecanismo veio para permitir transações em qualquer horário e dia, incluindo finais de semana e feriados, sendo realizadas em até 10 segundos. O dinheiro entra no caixa da empresa em questão de segundos após o cliente ter feito o pagamento, o que facilita a administração do fluxo de caixa”, ressalta o profissional.

Cuidado com golpes online!

No entanto, como é utilizado, em geral, pelos celulares, é preciso ter muita atenção aos roubos e golpes. “Para quem opta pelos pagamentos via Pix, o ideal é ter um limite de cheque especial mais baixo e não andar  com muito dinheiro disponível na conta corrente. O Pix contendo grande valores para transferência será, sem dúvida, um chamariz para os golpistas. Isso também pode levar a um aumento do sequestro relâmpago, roubo de celulares e até nos golpes digitais pela internet”, finaliza o coordenador. 

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