Somatização: é mesmo tudo coisa da sua cabeça?
Quando a mente não está bem, o corpo emite sinais; saiba como reconhecer e tratar
O paciente tem sintomas como dor de cabeça, insônia, transpiração exagerada e fraqueza. Procura um médico, faz exames de rotina, mas os resultados são, aparentemente, normais. Sinal de que o problema pode ser psicológico – mas, nem por isso, menos verdadeiro. Especialistas alertam que a sobrecarga emocional e mental podem se manifestar por meio de sinais físicos, num processo chamado de somatização.
“Quando as coisas não estão boas, nosso corpo emite sinais que, geralmente, são negligenciados. Mãos geladas, pés suados, falta de apetite e respiração ofegante, por exemplo, são sintomas que valem a pena ser investigados”, explica a psicóloga Janilia Cândido, do Hapvida NotreDame Intermédica.
O que fazer?
Estresse constante e episódios traumáticos, dificuldade de administrar as próprias emoções, além de uma rotina que não prioriza o cuidado com a saúde mental, podem desencadear episódios de somatização. Para caracterizar o problema, é importante que os sintomas apareçam de forma recorrente e sejam incompatíveis com os resultados físicos apresentados pelos exames.
O tratamento da somatização é focado em identificar e derrubar aspectos negativos da rotina que podem gerar medo, raiva, estresse e ansiedade. Neste contexto, o acompanhamento com o psicólogo é essencial
“O profissional pode ajudar a identificar os gatilhos e, caso não seja possível se desprender completamente das situações, a terapia pode ensinar o paciente a lidar com elas”, afirma a psicóloga.
A especialista orienta, ainda, a buscar reforçadores da saúde mental no dia-a-dia. “Uma noite de sono bem dormida, um ambiente de trabalho sem estresse e a busca pelo equilíbrio emocional na vida social são alguns exemplos de condutas que podem ajudar o paciente a reconquistar o bem-estar e afastá-lo desse quadro de somatização”, conclui.