Coração disparado pode ser sintoma de algo mais grave; aprenda a reconhecer os sinais
Um dia, a jovem Débora Marques, de apenas 21 anos, estava correndo na praia e, de repente, não conseguia mais se mexer nem respirar. O coração acelerou e ela achou que era apenas falta de condicionamento físico… até que a situação começou a se repetir com uma frequência cada vez maior. Quando recorreu a ajuda médica, veio o diagnóstico: arritmia cardíaca.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Arritmia Cardíaca (Sobrac), o problema tem alta incidência na população brasileira, principalmente em idosos. Cerca de 300 mil pessoas morrem de causas súbitas por ano em nosso país. E mais: uma em cada quatro pessoas descobrirá, no decorrer da vida, que sofre de arritmia cardíaca.
Débora sofre há quatro anos com o problema. “A aceitação do quadro de problema cardíaco é bem difícil, pelo menos para mim, e acredito também que para muitos. Enxergamos o coração como um centro do nosso corpo e imaginar que ele não está funcionando como deveria, é realmente assustador”, desabafa.
O cardiologista e professor da Faculdade de Medicina de Açailândia (Idomed Fameac), Pablo Germano, explica que a arritmia cardíaca é uma doença caracterizada quando há alterações no ritmo do coração. “A frequência cardíaca normal é em torno de 50 a 100 batimentos por minuto. Tanto um batimento abaixo de 50 quanto uma frequência acima de 100 são consideradas arritmias. A maioria é considerada benigna, com sintomas leves. Já outras são malignas: podem causar desmaio e até morte súbita”, alerta.
De acordo com o especialista, as causas de arritmia são variadas e podem ser decorrentes de doenças congênitas, de infarto do miocárdio, de doenças infecciosas, doenças da tireóide, obesidade ou estresse. Já o tratamento pode variar de acordo com a causa da alteração, gravidade da arritmia, frequência que acontece, idade da pessoa e se há outros sintomas presentes. “Algumas podem ser tratadas com uso de medicamentos e uma mudança no estilo de vida, outras não. Em alguns casos, é preciso fazer um estudo mais avançado, o eletrofisiológico e a radiofrequência – um procedimento que coloca cateter no coração e cauteriza os focos de arritmia”, revela Pablo.
Hábitos diários
O cardiologista esclarece que é possível levar uma vida normal mesmo após o diagnóstico, mas é preciso fazer acompanhamento cardiológico e tentar levar a vida o mais saudável possível. “Uma alimentação saudável e a prática de exercícios físicos podem evitar doenças como hipertensão, obesidade e o estresse, que são as principais causas de arritmia”.
“Viver a rotina tendo o diagnóstico de arritmia é ao mesmo tempo normal e uma roleta russa. Você não sabe quando vai ter uma palpitação. É muito importante o acompanhamento médico e o tratamento medicamentoso, porque sem ele tudo se torna mais suscetível de acontecer”, conta Débora.
O cardiologista orienta que, caso a pessoa estiver sentindo palpitações, tonturas, sudorese, falta de ar ou sensação de desmaio, deve procurar um médico especializado para que ele faça uma avaliação. A consulta deve incluir exame físico e investigações complementares, como eletrocardiograma, teste ergométrico, ecocardiograma e holter.
Dia Mundial do Coração
Comemorado em 29 de setembro, o Dia Mundial do Coração tem por objetivo alertar e conscientizar a população sobre a importância de manter hábitos saudáveis e preservar a saúde do coração, uma vez que as doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de morte no mundo.