Especialista explica que período chuvoso aliado ao material da lembrança levada aos cemitérios criam ambiente ideal para reprodução do Aedes aegypti
Algo simbólico que é muito comum nos cemitérios no feriado de Finados, as flores precisam de uma atenção especial por parte dos visitantes, pois podem esconder criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, Zika e chikungunya.
A médica veterinária e coordenadora do curso de Medicina Veterinária, Carla Janaina Rebouças, faz um alerta para quem vai visitar os cemitérios neste feriado de Finados e pretende fazer uma homenagem aos seus entes queridos.
“No Dia de Finados muitas pessoas vão aos cemitérios com flores e vasos, uma forma de homenagear, orar, aliviar a saudade daqueles que já se foram. No entanto, vasos e flores de plástico podem esconder criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, então é preciso cuidado para não deixar a água parada. É importante que existam furos para permitir a vazão da água e utilizar pedras em seu interior para facilitar o escoamento. Lembrar de retirar o material de embrulho, pois pode permitir também um acúmulo considerável de água, o suficiente para proliferação do mosquito”, pontua.
Sobre os vasos que são fixos nos túmulos, a professora esclarece que o ideal é que tenham furos para o escoamento da água nos dias de chuva e que se coloque flores plantadas, pois assim é possível evitar o acúmulo de água. Vasos com ornamentos de plásticos devem ser evitados. De acordo com a médica veterinária, os ovos do mosquito são resistentes e podem sobreviver no ambiente por muito tempo.
“O Aedes aegypti só coloca seus ovos em água limpa, não necessariamente potável, mas obrigatoriamente com pouco material em decomposição. Por isso, é importante reforçar para a população que alguns cuidados básicos em relação aos reservatórios de água são fundamentais para o controle do vetor da dengue, evitar deixar recipientes que possam acumular água da chuva em área descoberta, eliminar pratinhos com água embaixo dos vasos de planta”, orienta.
Segundo a especialista o ovo do Aedes aegypti é resistente e pode durar até mais de um ano no ambiente, além disso, o seu ciclo e extremamente rápido. Entre cinco e dez dias o mosquito já entra na fase adulta e começa a transmitir a doença para os seres humanos.
Para auxiliar a população a professora elencou algumas dicas:
– Retire as embalagens plásticas e as jogue no lixo;
– Não utilize os cachepôs (recipiente usado para esconder outros vasos);
– Preencha os vasos fixos com areia até a boca.